ATA DA CENTÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 16-11-2005.

 


Aos dezesseis dias do mês de novembro do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Alex da Banca, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, João Carlos Nedel, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, o Pedido de Informação nº 281/05 (Processo nº 6454/05); pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes, os Pedidos de Providência nos 2698, 2699 e 2700/05 (Processos nos 6588, 6590 e 6591/05, respectivamente) e as Indicações nos 077, 078, 079 e 080/05 (Processos nos 6601, 6602, 6603 e 6605/05, respectivamente); pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providência nos 2718, 2719 e 2720/05 (Processos nos 6658, 6660 e 6662/05, respectivamente); pelo Vereador Luiz Braz, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 030/02 (Processo nº 0806/02); pela Vereadora Margarete Moraes, os Pedidos de Informação nos 277, 278 e 291/05 (Processos nos 6408, 6409 e 6659/05, respectivamente); pela Vereadora Maria Celeste, o Pedido de Providência nº 2715/05 (Processo nº 6647/05); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providência nos 2618, 2721 e 2722/05 (Processos nos 6472, 6665, 6666/05, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10653289, 10653497, 10653562 e 10653581/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 284, 291 e 297/05; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 278 e 293/05; em 5ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 137/05. Na oportunidade, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se, informando ter havido consenso, entre os Vereadores inscritos, para desistência da discussão do período de Pauta no dia de hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei referiu-se à questão da segurança no trânsito, criticando o Executivo Estadual pelas condições de trafegabilidade nas rodovias gaúchas e elogiando o trabalho de recuperação e manutenção de estradas, desenvolvido por agentes da Polícia Rodoviária Federal. Também, teceu considerações a respeito da necessidade de manutenção das relações do Partido Socialista Brasileiro e integrantes da Frente Popular de Porto Alegre. O Vereador José Ismael Heinen pronunciou-se em relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 291/05, de sua autoria, o qual dispõe sobre o cadastro geral da população sem moradia própria no Município de Porto Alegre, esclarecendo a relevância dessa matéria. Em relação ao assunto, salientou que essa iniciativa visa à criação de um ordenamento de priorização às pessoas mais necessitadas, o que amenizaria, segundo Sua Excelência, o problema da baixa renda familiar na aquisição da casa própria. O Vereador Ervino Besson discursou a respeito da violência no trânsito, comentando o índice de mortes ocorridas em rodovias no fim de semana antecedente ao feriado do dia quinze de novembro do corrente. Nesse contexto, relatou caso de imprudência de um jovem motorista, presenciado por Sua Excelência em Porto Alegre, chamando a atenção para a necessidade de os jovens se conscientizarem a respeito dos perigos do trânsito. O Vereador Bernardino Vendruscolo protestou contra os problemas que, segundo Sua Excelência, são observados na BR-386, em especial no trecho compreendido entre os municípios de Sarandi e Frederico Westphalen. Sobre o assunto, chamou a atenção para a quantidade de buracos encontrados nessa rodovia, solicitando providências efetivas e urgentes dos órgãos públicos ligados à área, para que sejam garantidas condições seguras de trafegabilidade naquela região. A Vereadora Sofia Cavedon aludiu à gestão do Partido dos Trabalhadores junto aos Governos Municipal e Estadual, declarando que as alianças partidárias que formaram a Frente Popular representaram mudanças e melhorias para a população e que essa linha direcionará decisões em futuras campanhas eleitorais. Também, comentou acordo vigente para constituição da Mesa Diretora dos trabalhos, frisando que no próximo mês será definida a presidência desta Casa para o ano de dois mil e seis. A Vereadora Manuela d’Ávila defendeu a implantação, no Rio Grande do Sul, do Centro de Educação e Segurança no Trânsito e apoiou projeto desenvolvido pelo Instituto Trocando Idéias, de grafitagem de vagões da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre Sociedade Anônima – TRENSURB. Finalizando, saudou decisão do Poder Judiciário, de suspensão do sinal aberto da RedeTV, em face de teor discriminatório verificado em programas transmitidos por essa emissora de televisão. O Vereador Luiz Braz corroborou o pronunciamento da Vereadora Manuela d'Ávila em Comunicação de Líder, alegando que a programação em horário nobre de algumas emissoras de televisão é prejudicial à formação da juventude. Ainda, discorreu acerca das estatísticas referentes aos acidentes de trânsito no último feriado, argumentando que a má conservação de rodovias estaduais e federais é a principal causa das fatalidades ocorridas no Rio Grande do Sul. O Vereador Maurício Dziedricki discutiu as causas do número de mortes em desastres registrados no trânsito durante o último feriado, apontando a imprudência dos motoristas e a falta de conservação como os principais motivos dos acidentes. Nesse sentido, cobrou do Governo Federal mais investimentos em educação do trânsito, afirmando que os Poderes Públicos de todas as esferas devem buscar, juntamente com a sociedade civil organizada, soluções para a falta de segurança no trânsito. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, de acordo com o definido em reunião realizada entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes no dia de hoje. Em continuidade, foi aprovado o Requerimento nº 238/05 (Processo nº 5951/05 – Sessão Solene para assinalar o transcurso do trigésimo terceiro aniversário da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA), de autoria da Mesa Diretora. Na ocasião, foram apregoadas as seguintes proposições: as Emendas de nº 03, proposta pelo Vereador Professor Garcia e assinada pelo Vereador Paulo Odone, Vice-Líder da Bancada do PPS, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/05 (Processo nº 1998/05); de nos 09 e 10, de autoria das Vereadoras Manuela d'Ávila e Maristela Maffei, Líderes, respectivamente, das Bancadas do PCdoB e do PSB, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 124/05 (Processo nº 2662/05); a Subemenda nº 01, de autoria da Vereadora Maristela Maffei, Líder da Bancada do PSB, à Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Resolução nº 120/05 (Processo nº 4310/05). Também, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Professor Garcia, solicitando que a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/05 (Processo nº 1998/05), fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/05, com ressalva das Emendas a ele apostas, por vinte e cinco votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Luiz Braz, Claudio Sebenelo, Raul Carrion, Maristela Maffei, Sebastião Melo, Professor Garcia, João Antonio Dib e Maria Celeste, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Alex da Banca, Bernardino Vendruscolo, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/05, a Vereadora Manuela d'Ávila cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Raul Carrion. Em continuidade, foram votadas conjuntamente e aprovadas as Emendas nos 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/05. Após, foi aprovada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/05. Em prosseguimento, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Paulo Odone, Vice-Líder da Bancada do PPS, solicitando, nos termos do artigo 216, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a Vereadora Clênia Maranhão, nos dias de hoje e amanhã, tendo o Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Maria Luiza, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Maurício Dziedricki, Líder da Bancada do PTB, informando o impedimento do Suplente Nilo Sérgio Santos dos Santos em assumir a vereança hoje e amanhã, em substituição à Vereadora Clênia Maranhão. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Carlos Comassetto, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo no “I Seminário Bioma Pampa”, a ser realizado hoje e amanhã, em Bagé – RS. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 182/05, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 219/03, com ressalva da Emenda a ele aposta, por vinte e quatro votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Alex da Banca, Elói Guimarães, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 219/03. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 064/05, discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Sebastião Melo, Maria Celeste, Sofia Cavedon, Raul Carrion, Mônica Leal e Claudio Sebenelo. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença dos Vereadores Ronei Oliboni, do Partido Socialista Brasileiro, e Osmar Betiatto, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, do Município de Sananduva – RS. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 133/05, com ressalva da Emenda a ele aposta, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Professor Garcia. Em prosseguimento, foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 133/05. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 166/05, após ser discutido pelas Vereadoras Manuela d'Ávila, Sofia Cavedon e Maria Celeste e pelo Vereador Claudio Sebenelo. Na oportunidade, foram apregoadas as Emendas nos 11 e 12, propostas pelo Vereador Márcio Bins Ely e assinadas pelo Vereador Mario Fraga, Vice-Líder da Bancada do PDT, e as Emendas nos 13 e 14, propostas pelo Vereador Márcio Bins Ely e assinadas pelo Vereador Paulo Odone, Vice-Líder da Bancada do PPS, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 124/05 (Processo nº 2662/05). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Resolução nº 120/05, o qual, após ser discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, João Antonio Dib, Adeli Sell, e Maristela Maffei, teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Maristela Maffei. Na ocasião, por solicitação do Vereador Claudio Sebenelo, foi realizada a leitura da Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Resolução nº 120/05. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/05, por vinte e quatro votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Alceu Brasinha, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Alex da Banca, Bernardino Vendruscolo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Márcio Bins Ely, solicitando o adiamento, por duas Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 124/05 (Processo nº 2662/05), tendo o Vereador Mario Fraga se manifestado sobre o assunto. Às dezessete horas e cinqüenta e oito minutos, o Senhor Presidente informou que nada mais havia a tratar e encerrou os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e João Carlos Nedel e secretariados pelo Vereador Nereu D'Avila. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N. 6052/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 284/05, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que acrescenta art. 7º - A à Lei n. 9.094, de 21 de março de 2003, que autoriza  a venda de áreas de propriedade do Município de Porto Alegre situadas no Parque Industrial  da Restinga, constituindo o Pólo Moveleiro de Porto Alegre.

 

PROC. N. 6311/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 291/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que dispõe sobre o Cadastro Geral da população sem moradia própria.

 

PROC. N. 6387/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 297/05, de autoria da Verª Maristela Meneghetti, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Antônio Sergio Fernandes Checchia.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N. 5769/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 278/05, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor André Meyer da Silva.

 

PROC. N. 6345/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 293/05, que declara a cidade de Newark, no Estado de Nova Jérsei (EUA), cidade-irmã de Porto Alegre.

 

5.ª SESSÃO

 

PROC. N. 6088/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 137/05, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que altera a redação do art. 146 da Resolução n. 1178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), alterando para as dezoito horas o início das sessões ordinárias das segundas-feiras.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, nada menos do que treze Vereadores se inscreveram para a Pauta no dia de hoje, e todos os treze concordam que se considere a Pauta como corrida. Assim não há necessidade de discutir os Projetos em Pauta, para que nós possamos, logo em seguida, entrar na Ordem do Dia. Os Vereadores que desistem: Ver. Professor Garcia, Ver. Ismael Heinen, Verª Margarete Moraes, Verª Maristela Maffei, Ver. Ervino Besson, Verª Maria Celeste, Ver. Maurício Dziedricki, Ver. Sebastião Melo, Verª Sofia Cavedon, Ver. Adeli Sell, Ver. Ibsen Pinheiro e Ver. Haroldo de Souza. Obrigado, Sr. Presidente. Saúde e PAZ!

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Diante da manifestação do Ver. João Antonio Dib, e do silêncio do Plenário, acordando, portanto, com a sua manifestação, nós damos como corrida a Pauta. De imediato vamos ingressar na Ordem do Dia, salvo o Tempo de Liderança; ressalvam-se as Lideranças, mas se não forem solicitadas, nós entramos na Ordem do Dia.

 

(Tumulto no plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Há alguma Liderança inscrita?

Estamos na Ordem do Dia, então... Bem, um Requerimento de Comunicação de Líder não tenho como evitar, e também não tenho como dizer que pode ser feito...

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, temos vivido no nosso Estado uma calamidade muito grande, não apenas em relação à Segurança, mas também quanto à insegurança no trânsito.

Gostaríamos de, nos próximos dias - e já falei com o Ver. Adeli Sell -, estar organizando uma frente parlamentar, como a que está constituída em nível nacional, em relação ao trânsito seguro. E, nós, trabalharemos sobre isso em Porto Alegre, mas cada vez está mais clara a calamidade no Estado.

Vimos, agora, aquela família de Cruz Alta que teve a vida ceifada por falta de preservação de uma via importante, e quem a conhece sabe dos seus perigos, pela irresponsabilidade do Governo Estadual. Ali as coisas são previstas; e assim morreram aquelas pessoas. É um assassinato, sim, já prenunciado.

E nós, como Parlamentares, e esta Casa, que é séria, trabalha muito em vários segmentos da sociedade, como a questão da criança e do adolescente, e em outras frentes parlamentares importantes como, por exemplo, a presidida pelo Ver. Aldacir Oliboni: a dos portadores de necessidades especiais, a da Educação, enfim, não podemos deixar isso assim.

São 33 pessoas que não voltarão mais para a casa. Nós sabemos que um dos principais problemas é, sim, a falta de manutenção das nossas estradas.   

Eu quero louvar aqui - aliás, estaremos no dia 21, segunda-feira que vem, Ver. Luiz Braz, homenageando a Polícia Rodoviária Federal que está fazendo o trabalho de manutenção, porque não agüenta mais ver o seu trabalho canalizado para socorrer vítimas e ver o seu desespero, pois são seres humanos e não têm como não se envolver. Neste final de semana, no feriado, realizaram um trabalho de conservação das estradas estaduais. Eu acho que a gente tem de parar e pensar um pouco, porque realmente é um momento muito grave.      

Por falar em grave, eu sempre gosto de falar para a gente prevenir. Prevenir em especial as boas relações. Eu estava assistindo a um filme, Sr. Presidente, neste final de semana - de vez em quando a gente tem um tempinho para isso também -, da época dos romanos, quando Roma estava no seu auge, vendo Spartacus. Spartacus, como plebeu, ao menos viveu entre os plebeus, sempre lutou por isso. Quem passa por um Partido grande e depois vem para um Partido menor, já tem esse sentimento, porque luta sempre pelas minorias, sempre pensa que as boas relações devem ser mantidas. Nós, aqui nesta Casa, sempre prezamos pelas nossas relações com a Frente Popular e queremos continuar assim. Agora, há algumas coisas, minha querida companheira Margarete Moraes, que nos preocupam. Eu acho que o companheiro Raul Pont tem de conversar um pouco mais com a gente, Verª Sofia. Eu acho que V. Exª, enquanto Líder, pode fazer esse intercâmbio, porque, senão, as nossas relações na Câmara, na sociedade e para as relações futuras vão ficar bastante complicadas. É a mesma coisa nesta Casa, nós sabemos como a maioria funciona. Ela patrola mesmo, não quer nem saber. Nós não podemos ter essa relação entre nós, por respeito, pelo carinho, pela nossa história, por aquilo que a gente não quer se descolar, de forma alguma. Eu quero fazer isso publicamente, que era algo que não fazia antes, mas agora eu acho que é necessário até para dizer publicamente, como saiu uma manchete no Correio do Povo, dizer publicamente que, enquanto Líder da Bancada do PSB, tenho esta vontade de continuar o diálogo e continuar nesta Frente que a gente sempre preservou muito. Muito obrigada. 

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):  O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssimo Sr. Presidente desta Casa, mui digno Ver. Elói Guimarães, nobres colegas Vereadoras, colegas Vereadores, público presente, usando este expediente, quero agradecer à minha Líder do Partido por esta oportunidade, porque desta maneira eu podia ceder, também, ao apelo do nosso colega João Dib para agilizar as votações do dia.

Mas eu quero, Sr. Presidente, já justificando o porquê de querer comentar algo sobre esse Projeto, pois segunda-feira eu não estarei presente na Casa, estarei na cidade de Panambi, uma ocasião que talvez possam entender que seja um exibicionismo, que eu queira aparecer, mas não é. Eu quero aproveitar também este tempo de Liderança, para fazer uma homenagem minha ao meu pai, ele estará recebendo uma homenagem do Rotary, como destaque artístico do Estado do Rio Grande do Sul. Ele tem um trabalho naquela Cidade, como já falei, de dar aulas de música para meninos de rua, formar músicos. Então estarei segunda-feira lá para participar da homenagem ao meu pai.

Nós temos encaminhado um Projeto em que estamos apregoando que o Município faça um cadastro geral de todos os moradores da cidade de Porto Alegre que não tenham imóvel próprio, que não tenham casa própria. Nesse tempo de CUTHAB, nesse tempo de Vereador, nesse trabalho que toda a Comissão dos Transportes da Casa tem, nós notamos diversas dificuldades no planejamento da Cidade quanto ao setor de moradia para os mais necessitados. Isso visa a um ordenamento de priorização àquelas pessoas a serem contempladas. O Projeto que está em Pauta é mais ou menos o seguinte: qualquer Projeto que tenha a participação da Prefeitura, do Estado ou da União, que obedeça, na cidade de Porto Alegre, a uma certa norma, de preferência aos contemplados à casa própria. Colocamos as comunidades organizadas em cooperativas ou associações, famílias residentes em áreas de risco, em situação de vulnerabilidade social, na seguinte ordem prioritária: famílias que residam há mais tempo no Município terão prioridade nos programas habitacionais públicos; membros da família com idade mais avançada, aquela família que tiver mais idosos também entra como avaliação de prioridade; famílias com maior número de filhos em idade escolar e, também, um outro artigo sobre a renda do cidadão. Isso também virá a ajudar não somente os projetos habitacionais como também de avaliação da baixa renda, de necessitados da nossa Cidade.  Preferencialmente sendo alocados de região por região de Porto Alegre, de bairro a bairro, de vila a vila, esse cadastro para, justamente, deixar essa pessoa já no seu habitat preferencial da Cidade.

Com certeza, esse programa também irá beneficiar os empreendedores da construção civil, porque, tendo um cadastro em Porto Alegre daqueles que não têm moradia, sua renda também será benéfica a esses construtores da iniciativa privada que tanto contribuem também para eliminarmos esse grande déficit habitacional que Porto Alegre tem. E esse cadastro principalmente visa a colaborar com os mais necessitados, com os de baixa renda na aquisição constitucional da casa própria.

Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado por esta oportunidade. Desculpe, Ver. Dib, mas tive que tomar essa providência.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, quero saudar a todos.

Mais um fim de semana prolongado por causa do feriadão, e 33 mortes. Trinta e três mortes, meus caros colegas Vereadores e Vereadoras! No Brasil, morrem em acidentes de trânsito cem pessoas por dia. Isso representa três mil pessoas/mês que morrem em acidentes de trânsito, e hoje, muitas vezes, nós assistimos a passeatas, nós assistimos a movimentos de comunidade, e as pessoas fazem isso com muita razão quando há um assassinato. Têm acontecido seguidamente crimes brutais, e as pessoas se movimentam para chamar a atenção das autoridades a respeito desses crimes que acontecem em nossa Cidade, e não é só em nossa Cidade, mas em nosso País.

Mas uma pergunta que faço a esta Casa e às pessoas que nos assistem pelo canal 16 da TVCâmara: o que os órgãos públicos fazem para alertar o nosso povo a respeito das mortandades que andam acontecendo em nosso trânsito? São muitas pessoas que morrem diariamente em acidentes de trânsito. Quem sabe fica aqui um alerta aos nossos órgãos que têm a responsabilidade de alertar o nosso povo, educar o nosso povo a respeito dessas tragédias que acontecem no dia-a-dia do nosso trânsito?

Cem pessoas por dia, três mil pessoas/mês que morrem em acidentes de trânsito! Está estampado nos jornais: 33 famílias enlutadas. Pessoas que normalmente saem aos fins de semana para o lazer, para um descanso, e acontecem essas tragédias. Acho que os nossos órgãos devem ter responsabilidade pela segurança do nosso trânsito, responsabilidade de trabalhar um pouco mais no sentido de alertar um pouco mais a nossa população, o nosso povo, mostrando a eles o que acontece no dia-a-dia do nosso trânsito.

Um dia desses, no trajeto para a minha residência, na Zona Sul de Porto Alegre, vi um casal de jovens, entre 18 e 20 anos, num carro cuja placa não vou mencionar, que o rapaz dirigia de forma imprudente. Eu encostei ao lado e disse: “Da forma como estás dirigindo, tens noção do risco que estás correndo e colocando em risco outros motoristas e esta bela jovem que está ao teu lado?” Ele me disse: “É minha namorada”. E eu: “Então, reflete um pouco sobre a forma como estás dirigindo”. Ele me olhou e não disse nada.

Queira Deus que esse jovem esteja me assistindo, ou alguém que esteja, possa alertá-lo, para que ele não cometa mais imprudências no trânsito.

Hoje, os órgãos competentes se preocupam com pardais, com elevadas, com outros procedimentos, tentando alertar o nosso povo a respeito das infrações de trânsito. Eu acho que isso não é o bastante. Ajuda, mas em parte. Acho que tem que ser feita uma campanha educativa, mostrando à população essa carnificina que acontece todos os dias no trânsito em todo o País.

É lamentável, caro Presidente, fazermos este tipo de pronunciamento, mas, quem sabe, sirva de alerta, principalmente para os nossos jovens, para que tenham consciência de não transformarem o seu carro em uma arma.

Eu fiz este pronunciamento hoje pela atitude daquele jovem que eu citei, pela forma como ele dirigia seu veículo no trajeto da Zona Sul de Porto Alegre.

Portanto, fica aqui este alerta: a vida é muito boa e curta, mas não vamos encurtá-la mais ainda pela nossa imprudência. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero aproveitar a oportunidade em que os nobres colegas vêm a esta tribuna para falar dos acidentes de trânsito, pois, coincidentemente, no mês de setembro, viajando para Iraí pela BR-386, próximo ao quilômetro 102, encontramos simplesmente crateras. Até gostaria que isso fosse mostrado pela TVCâmara. (Exibe as fotos.) É lastimável, é impossível trafegar nesta BR em dia de chuva. Aqui há uma foto em que eu procuro demonstrar o tamanho da cratera. (Exibe a foto.) Coincidentemente, neste trecho, pegamos chuva, e os condutores não conseguem identificar onde há buracos; de Sarandi até Frederico Westphalen, Ver. João Antonio Dib, no mínimo 20 carros estavam no acostamento com os rodados arrebentados. Evidentemente, com a chuva, nessa região que tem muito barro, muita terra vermelha, é difícil identificar onde há e onde não há buraco. Na verdade, não são buracos; são crateras, e, se um carro entra numa cratera desse tamanho não há pneu e nem roda que agüente - não é Brasinha, você que entende dessa matéria?

Eu quero reforçar aquilo que foi dito aqui pelos demais Vereadores: enquanto não houver uma definição do Governo Estadual e Federal sobre quem deverá consertar, dar manutenção naquele trecho de Iraí a Seberi, nós vamos sempre correr riscos de acidentes com muita gravidade, além de danos materiais nos automóveis.

Seguindo ainda nessa linha, nós entendemos que, por incrível que pareça, aqueles Municípios que fazem divisa ou que estão naquele trecho, apesar de não ser da competência dos Municípios, eles poderiam também fazer alguma coisa, enquanto não houver uma definição, mesmo que seja paliativo, colocando ali algumas caçambas de brita. Eu penso que não custaria muito. Mas, infelizmente, os próprios Prefeitos daqueles Municípios não são unidos e, como não têm essa obrigação, não têm ao mesmo tempo a sensibilidade de cada um pegar o seu trecho e largar uma vez por mês uma caçamba de pedra. Ao menos estariam sendo evitados acidentes com mais gravidade.

Fica então da nossa parte a observação de o Estado, juntamente com o Governo Federal, resolverem essa situação, e, enquanto perdurar isso, os Municípios, os Prefeitos poderiam fazer um mutirão e aliviarem essa condição de periculosidade das nossas BRs, principalmente a BR-386 no trecho entre Iraí e Seberi. Era isso, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, em primeiro lugar, gostaria de me referir à fala da nobre Líder do PSB, Verª Maristela Maffei, dizendo que nos orgulhamos muito da aliança que constituiu todos esses anos a Frente Popular; que nos orgulhamos muito do que construímos juntos em mandatos, como mandatos e como Governos que, certamente, fizeram a diferença na história de Porto Alegre e um Governo sem par no Estado do Rio Grande do Sul. E todas as iniciativas que estão sendo tomadas e que serão tomadas pelo nosso Partido, seja pelo seu Presidente seja pelo seu Secretário-Geral, Raul Pont, serão no sentido de continuarmos muito unidos na nossa diversidade, na nossa pluralidade, mas buscando os Partidos progressistas, para que apresentemos ao Estado do Rio Grande do Sul e ao Brasil, no ano que vem, o que muito se espera e, aqui, especialmente, Verª Maristela, um Estado que viveu esses anos de paralisia, de incompetência do Governo Rigotto, de fracasso das políticas públicas na questão do financiamento do Estado público, da Saúde pública, da Segurança publica, da Educação pública, e poderia seguir citando, um Governo cujo Governador encerrará o seu mandato consagrado como uma pessoa muito gentil, muito presente, mas certamente a cidadania fará a avaliação do que tem que fazer de um Estado, de um Governo que deixou muito a desejar ao Estado do Rio Grande do Sul e, portanto o Governo que nós construímos juntos, a parceria da Frente Popular deve se apresentar e será nesse sentido que nós trabalharemos. Não é qualquer ruído, divergência ou diferença nossa que vai atrapalhar, com certeza, o que nos unifica, o compromisso da transformação social e de representar os trabalhadores excluídos deste País.

Queria falar para o conjunto das Bancadas, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que nós estamos aguardando a decisão de cada Partido e da base do Governo sobre a definição do novo Presidente da Casa para o ano de 2006 e para o ano de 2008, que nós, de maneira nenhuma, iremos intervir numa decisão que é interna dos Partidos, que é do seu processo democrático de construção, qual o Vereador, qual o nome que representará o Partido, o acordo nesses dois anos, e também não interferiremos na definição de qual Partido ocupará a Presidência no próximo ano e no outro ano. A nossa Bancada, e tenho certeza de que a Frente Popular também, estará trabalhando para que esta Casa honre o acordo que, na nossa avaliação, foi um acordo que conseguiu fazer a leitura da votação da Cidade representada aqui no tamanho e na diversidade das Bancadas. Esse acordo que contemplou representatividade, pluralidade, transparência, proporcionalidade no conjunto da Casa e na representação da sua Mesa, na sua Presidência, é um acordo que foi, inclusive, comemorado, celebrado pelo Prefeito Fogaça, é um acordo que representou maturidade política, respeito recíproco e que está à altura da cidade de Porto Alegre, da sua trajetória de Cidade democrática, de Cidade de vanguarda, onde o diferente convive, onde os argumentos opostos são colocados, mas onde se respeitam profundamente os processos democráticos. Mais do que isso, a nossa Câmara mostrou que está à altura da capacidade de participação demonstrada pela cidadania desta Cidade, da capacidade que esta Cidade tem de incorporar práticas novas, avançadas, de República.

E nós aqui refletimos o acordo que construímos. Então, referendaremos, apoiaremos os nomes indicados pelos Partidos designados a ocupar a Presidência desta Casa. Comporemos a Mesa Diretora e seremos parceiros para que ela seja, cada vez mais, uma Casa mais democrática, mais forte, organizada e que dê suporte às decisões que nós tomamos aqui dentro.

Essa é a nossa posição em relação à transição que acontecerá no próximo mês: a constituição da nova Mesa. Queremos que continuemos todos honrando a democracia desta Cidade, a característica desta Cidade, a nossa Cidade que chama o mundo e que demonstra para o mundo que é possível, sim, construir de forma diferenciada o conceito de cidadania e avançar no conceito de República. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ouvi atentamente a fala do Ver. Ervino Besson e, também, gostaria de tratar do assunto das mortes no trânsito, fundamentalmente dos nossos jovens, inclusive de uma família inteira, durante esse período de sexta-feira até a madrugada do dia de hoje. Este último final de semana foi um dos mais violentos da história do trânsito do nosso Estado: foram 33 pessoas ou 33 famílias que foram obrigadas a enterrarem os seus filhos, seus maridos, seus netos. Na realidade, nós sabemos que há muito que ser feito para que a gente tenha um trânsito seguro. Inclusive, nós chegamos a fazer um trocadilho ao dizer que os jovens negros e pobres deste País morrem vítimas das armas clandestinas que existem no nosso País, enquanto que os jovens de classe média, de classe média alta, morrem vítimas dos acidentes de trânsito.

E não adianta nós somente nos lamentarmos e trazermos os números da violência. É necessário dizer que o Governo do Estado não libera o dinheiro necessário para a construção de um espaço educativo contra a violência no trânsito. Nós sabemos que não adianta somente fazer comercial, mostrar para a juventude que não se deve beber e dirigir ao mesmo tempo, pois, minutos depois, são passados milhares de comerciais, com mulheres maravilhosas, induzindo esse jovem a beber, já que ele vai conseguir chegar a essa mulher. E, aí, somam-se dois problemas: tratar a mulher como mercadoria e também tratar a juventude - como é de fato - como público-alvo principal das bebidas e, simultaneamente, dos automóveis no nosso País nos comerciais cotidianos. E, para isso, é necessário que o Governo do Estado, o Governo do Governador Rigotto, libere os recursos.

Vejam a ironia: o Detran recolhe 20 milhões de reais provenientes das multas dos “pardais” existentes - corretos, na minha opinião -, e também dos novos condutores, quais sejam, aqueles que se inscrevem, fazem o curso, pagam para realizar a prova. E, destes 20 milhões de reais, são necessários apenas quatro milhões de reais para a construção desse Centro de Educação em Segurança no Trânsito. Nós temos, sim, que contar com esse setor importante, organizado, da sociedade civil, que trabalha nos acidentes de trânsito, como é o caso do Vida Urgente, mas nós não podemos responsabilizar apenas a sociedade civil para combater esse problema, que é uma chaga objetiva na realidade da juventude brasileira. O Estado tem, sim, a obrigação de trabalhar com as questões do trânsito, de educar a nossa juventude, de habilitar, de fato - inclusive psicologicamente - esses jovens, os condutores de automóveis, para dirigirem com mais atenção, com mais responsabilidade e, fundamentalmente, com mais amor à vida. É amor à vida que tem de ser ensinado nesse Centro de Educação; Centro este que precisa da liberação de recursos por parte do Governador Rigotto.

Eu também gostaria de falar que neste feriado, nesses dias do final de semana, nós tivemos uma iniciativa muito importante aqui na nossa Capital, do projeto do Instituto Trocando Idéias, que foi a grafitagem do Trensurb. Nós temos debatido - e, na minha opinião, algumas vezes de maneira equivocada -, aqui na Câmara, a questão da destruição do patrimônio público. Quanto a essa idéia, a essa alternativa proposta pelo Instituto Trocando Idéias de grafitar os vagões do trem, de transformar aquilo em arte, de tirar o cinza e transformá-lo em arte, gostaria de registrar que são atitudes como essa que fazem com que a nossa juventude perceba que é, sim, possível trocar a lata de spray que suja, pela lata de spray que constrói. Mas, para que essas iniciativas, como a do Instituto Trocando Idéias sejam reais, nós precisamos de parceiros no Poder Público, como tivemos na Trensurb, como vamos ter agora, na iniciativa privada, com as cabines telefônicas que serão grafitadas, resultando, mais tarde, no final do mês, na venda de algumas telas produzidas por esses artistas, cujos valores serão revertidos na compra de livros sobre o grafite, a serem cedidos para a Biblioteca Popular Preto Ghóez, que existe no Instituto Murialdo.

Então, nós temos que propor, sim, o combate àquelas antigas práticas, mas combater simplesmente, e lamentar, assim como na questão do trânsito, assim como na questão da destruição do patrimônio público, não adianta; nós temos que ter alternativas para que aquilo deixe de acontecer, como é o Centro de Educação para o Trânsito e como são projetos como esse que está sendo concretizado agora pelo Instituto Trocando Idéias.

Por fim, eu gostaria de parabenizar o Promotor de Justiça que retirou do ar o sinal aberto da RedeTV! Nós temos um problema muito grande no nosso País com relação à liberdade de imprensa. Eu sou jornalista e, para mim, existe um princípio sagrado na imprensa, que é o da responsabilidade. A liberdade existe quando temos responsabilidade com aquilo que noticiamos. Esse canal, durante meses, exibiu um programa preconceituoso, contra a libertação sexual, contra as mulheres, contra os deficientes, contra tudo o que chamamos de minorias, mas que são a maioria da sociedade brasileira. E foi proposta um pena real, Ver. Luiz Braz, de exibirem, no momento daquele programa, um programa educativo que tratasse sobre a igualdade. A RedeTV! negou-se a colocá-lo no ar e houve uma punição justa para aqueles que defendem a liberdade de imprensa. A liberdade de imprensa não é libertinagem, ela pressupõe, sim, a responsabilidade dos agentes da comunicação, pressupõe que nós todos, comunicadores, temos função social, temos que comunicar o que é verdade, o que é correto, e não propagar preconceitos, ódios, exaltar as diferenças e transformá-las em desigualdades. Por isso nós temos que louvar atitudes como essa, a retirada do sinal da RedeTV! do ar, para que tenhamos a verdadeira liberdade de imprensa, a liberdade de imprensa da democracia, que pressupõe, sim, a igualdade de todos nós. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, quero apoiar as palavras da Verª Manuela d'Ávila, eu também sou jornalista e acredito que a liberdade de imprensa não pode ser tratada da forma como está sendo feita até o presente instante. Parece que é proibido se fazer qualquer tipo de censura a qualquer matéria que vá ao ar, mesmo àquelas que cheguem a atentar contra os princípios básicos da nossa sociedade. E eu vejo, por exemplo, grandes emissoras de televisão colocando determinados programas no ar em horários nobres - 6h da tarde, 7h da noite - que acabam, na verdade, muito mais corrompendo a nossa juventude - Verª Manuela, V. Exª sempre fala em juventude - do que ajudando a construir uma juventude mais sadia e que possa dar uma base melhor para a nossa sociedade do futuro. Mas eu concordo com V. Exª no sentido de que realmente nós temos que rever esses princípios, pela forma como estão sendo tratados até este instante os princípios de liberdade com relação à imprensa.

Mas eu queria falar a respeito de um tema que eu acho que merece a atenção de todos nós. Foi falado aqui sobre as mortes que aconteceram neste feriadão. E, na verdade, essa é uma matéria que é repetida, pois em todos os finais de semana, e em todos os grandes feriados, nós vemos a imprensa tratando do número crescente de mortes no trânsito. E é claro que a matéria, da forma como foi tratada no final de semana agora, principalmente no final do feriadão, levou em conta exatamente que a maioria dos acidentes ocorreu por causa da condição das estradas. Realmente, as estradas, na sua grande maioria, aqui no nosso Rio Grande do Sul, não têm os reparos devidos, e colocam a todo o instante em perigo os motoristas que por elas trafegam, principalmente nesta época do ano, época de feriados - nesta época de final de ano temos muitos feriados, grandes feriados -, e acontece que temos muita gente trafegando pelas estradas do nosso Rio Grande do Sul e, por isso mesmo, muitas mortes ocorrendo.

Mas eu quero lembrar que, se existe culpa dos atuais dirigentes do nosso Estado por não aplicarem os recursos necessários para a recuperação das estradas, ou pela forma como agem com relação aos pedágios, talvez deixando as empresas que cuidam dos pedágios terem um lucro excessivo, praticamente oferecendo pouco trabalho para a sociedade, também não podemos perder de vista que no passado tivemos também muita negligência com relação a esse trato dos investimentos que são feitos para a recuperação das estradas. Há bem pouco tempo, o próprio Presidente da República, o Sr. Lula da Silva, colocava com muita consciência para todos nós o fato de que o seu Governo transferiu para o então Governo Olívio Dutra dinheiro suficiente para a recuperação das estradas federais, as BRs, e que esse dinheiro, em vez de ser utilizado para a recuperação das BRs, foi usado para pagar o 13º salário dos funcionários públicos do Estado do Rio Grande do Sul. O dinheiro que veio do Governo Federal era um dinheiro destinado para a recuperação das estradas federais aqui no Rio Grande do Sul, mas, em vez de se utilizar esse dinheiro para recuperar as estradas, tal qual era a sua alocação, esse dinheiro foi utilizado para cobrir uma lacuna que não poderia deixar de ser coberta, que era o pagamento do 13º salário dos funcionários públicos. Então, se a gente for descobrir culpados, é claro que eles estariam, ao longo dos tempos, alinhados em vários Partidos, e inclusive o próprio Olívio Dutra estaria sendo acusado pelo Presidente da República de ser negligente com relação à destinação dos recursos repassados para o Rio Grande do Sul para recuperar as estradas federais. Mas eu acho que não se deve discutir essa matéria, tentando encontrar culpados. Eu acho que esse fato das mortes em feriadões deve ser discutido por todos nós, por toda a sociedade, para encontrarmos uma forma de poder corrigir tudo isso, pois quem sabe isso não estaria na farta utilização de bebidas alcoólicas também, o que é uma das muitas causas dessas tragédias que acontecem pelas nossas estradas e pelas ruas das cidades do nosso Rio Grande do Sul.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Excelentíssimo Sr. Presidente, companheiro Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha aqui nas galerias e através da TVCâmara, minha saudação em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro - o PTB -, do Ver. Brasinha e do Ver. Elói, esta saudação que faço é um tanto tristonha.

A agressão no trânsito é uma realidade já tratada nesta tribuna por alguns parlamentares e deve, sim, motivar não somente a buscar quem são os culpados como também a otimizar formas e elementos para evitar novos dramas, novas tragédias, novas catástrofes. Quero registrar que este feriadão da Proclamação da República levou 33 vidas. Se somadas, quantas são as vidas já tiradas nas nossas estradas gaúchas? Há que se ater ao problema da velocidade, sim, da alta velocidade impressa pelos nossos condutores, mas também não podemos deixar de avaliar a má conservação das nossas vias, principalmente no tocante a esses 2.000 quilômetros da malha viária de nosso Estado em que o ex-Governador Olívio Dutra deixou um verdadeiro passivo, um verdadeiro litígio com o Governo Federal, sem saber, Ver. Adeli, de que forma nós vamos realçar, retratar, conservar essas vias, sem colocar o caixa do Estado à tona.

E é uma preocupação que eu tenho, porque as verbas arrecadadas nas multas, em rodovias estaduais, devem, por lei, serem reinvestidas em programas de educação do trânsito, e do trânsito diga-se das BRs, das estradas. E esses 80% de verbas - me foge o número aqui, o jornal Folha de São Paulo retrata isso muito bem, e o próprio site do Governo deve trazer -, menos de 8% são reinvestidos na educação. Ou seja, se há uma forma de homicídio, há também co-autores, e o Governo Federal é um desses, que não investe, não reinveste aquele dinheiro arrecadado pelos seus sistemas, pela Polícia Rodoviária Federal, na conservação de bons veículos, na conservação e no treinamento de policiais adequados, no pronto-atendimento aos acidentados, na recuperação da malha viária.

Numa conversa informal aqui, com o Ver. Melo, nós falávamos sobre a conservação das estradas e, diga-se de passagem, o DNIT aponta que com 5 bilhões de reais somos capazes de recuperar nossa malha viária; malha viária extremamente utilizada para a condução da carga, do transporte humano. E, dessa forma, continuamos sem o apoio, sem o aporte do Governo Federal.

Há falta de cuidado, de transparência, de respeito às nossas vidas, principalmente à vida dos gaúchos, que cada vez mais, quando surge um feriadão, uma oportunidade de retirar-se, de visitar a família, de descansar, acabam sendo vitimados pela violência do trânsito.

Essa é uma questão que me preocupa muito, inclusive foi tema de um debate aqui, nesta Casa, sobre a segurança no trânsito em Porto Alegre.

Nós devemos ter um cuidado ainda maior, temos também - e aí eu retrato uma matéria do jornal - os pegas, os motobóis fazendo estripulias nas nossas vias, para que essa violência nas rodovias, principalmente nas rodovias federais, que contam com uma má conservação, não seja traduzida nas ruas da nossa Cidade.

Diga-se de passagem, há a duplicação da BR-101 e, fatidicamente, Srs. Vereadores, nós temos aqui no Estado, no trecho de São José do Norte, a chamada rodovia do inferno, pela má conservação.

É hora deste Governo Federal, bem como do Governo Estadual e das Prefeituras Municipais, junto com a sociedade civil organizada, buscarem solução. Nós não podemos mais admitir que o asfalto vire cemitério, e que esse cemitério tenha repercussão imediata nas nossas cidades, atingindo a vida dos nossos cidadãos, a nossa rede hospitalar e a nossa sociedade no que diz respeito à preservação da vida humana.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Foi ratificada, hoje pela manhã, a deliberação anterior, com pequenas inclusões, a ordem de votação de Requerimentos e discussão e votação de Projetos.

Em votação a ordem dos trabalhos, conforme acordado pelas Lideranças. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 238/05 – (Proc. N. 5951/05 – Mesa Diretora) – requer Sessão Solene a ser realizada no dia 29 de novembro, às 15 horas, destinada a assinalar o transcurso do 33º aniversário da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA. (incluído em 14-11-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento nº 238/05, de autoria da Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1998/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 012/05, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera a redação do § 2º do art. 4º da Lei Complementar n. 317, de 22 de março de 1994, passando de 8 cm2 para 15 cm2 a área da publicidade a ser inserida no canto superior direito da placa indicativa do nome do logradouro. Com Emendas nos. 01 e 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica às Emendas nos. 01 e 02;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos. 01 e 02;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos. 01 e 02;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Maurício Dziedricki: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos. 01 e 02.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 14-11-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLCL nº 012/05. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadoras, Vereadores, cidadãos e cidadãs, em boa hora nós discutimos a questão das placas, mas não basta apenas mudar a lei, não basta apenas aprová-la, é preciso fazer um mutirão na Cidade.

Eu me lembro de uma fala, há alguns dias, do Ver. João Dib, que chegou, num ano, a fazer uma Emenda ao Orçamento para que a Municipalidade, a Prefeitura, tivesse condições de colocar placas. Como nós estamos discutindo a publicidade nessas placas, talvez nós tenhamos pessoas que possam bancá-las, porque é um verdadeiro absurdo o que acontece na nossa Cidade. Além de um problema de déficit histórico da sinalização, inclusive da sinalização turística, nós, para conseguirmos encontrar um determinado nome de rua, para ter uma placa na esquina, mesmo pessoas como nós que conhecemos esta Cidade de ponta a ponta, fica extremamente difícil; imaginem, senhoras e senhores, para alguém que não conhece a Cidade, quem vem de fora. Inclusive, se nós observarmos a sinalização da cidade de Florianópolis - poderia ser um bom exemplo a ser seguido aqui -, antes de se chegar às principais ruas, há uma sinalização, há uma indicação de como chegar. Em Porto Alegre, por exemplo, quem vem da Rodoviária, haveria uma sinalização de como acessar a Av. Borges de Medeiros, que é uma rua importante e que tem acesso a outros bairros da Cidade; ou como nós podemos acessar uma outra rua importante.

Então, essas indicações são fundamentais, são imprescindíveis. Não adianta darmos nomes às ruas, não adianta nós votarmos hoje, Ver. Nedel, este Projeto de Lei, se nós não fizermos um mutirão na Cidade para que nós possamos recompor aquelas, inclusive, que foram danificadas. Eu observei, na semana passada, à noite, na Av. Assis Brasil, uma das transversais importantes, que vem do bairro Lindóia e acessa a Av. Assis Brasil, tanto a placa que deveria dizer “Assis Brasil” estava quebrada, como a da outra rua também estava quebrada. Alguém levou, alguém fez um ato de vandalismo; por sinal o vandalismo é o que grassa na cidade de Porto Alegre, e é esse debate que nós temos que fazer.

A Comissão de Educação, Cultura e Esportes inclusive fará um debate com restauradores, com Alice Prati e sua equipe, que fizeram esse trabalho magnífico, nesse feriadão, de guarda do Monumento Bento Gonçalves, na Av. João Pessoa. Porque nós estamos vendo que algumas placas até existem, mas elas estão pichadas, e além de pichadas, outras estão quebradas, como já falei aqui.

Portanto, em boa hora, nós vamos aprovar este Projeto, mas assim como há muitos anos foi assinada uma lei, inclusive com pena de ouro, pela libertação dos escravos, hoje nós estamos na Semana da Consciência Negra, tendo que colocar as injustiças que permanecem na sociedade. Portanto, a lei não basta; a lei é importante, mas ela é insuficiente. Esta cidade precisa mudar de atitudes, é urgente que esta Câmara se abra e comece a discutir esse cotidiano da Cidade, porque isso é importante para quem circula na Cidade: os representantes comerciais, os taxistas, enfim, quem circula pela Cidade. Portanto, é muito positivo, é importante votarmos favoravelmente, mas nós queremos ajudar a Prefeitura, a Municipalidade a resolver este problema, porque nós temos hoje um déficit brutal de placas na nossa Cidade, e nós temos que - e que seja neste ano - começar agora a fazer uma grande campanha para colocar essas placas na rua, dando condições, inclusive, de a iniciativa privada colaborar, pagando a placa com uma publicidade um pouco maior. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCL nº 012/05.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, o Ver. Adeli se pronunciou aqui de maneira favorável ao Projeto. É uma tentativa que nós fazemos, Ver. Professor Garcia, de darmos incentivo para que empresas possam de alguma forma ajudar a melhorar essa sinalização que nós temos com relação aos nomes de ruas, para que as pessoas possam se orientar de uma forma melhor em qualquer canto que estiverem na Cidade.

Eu quero dizer que não estamos criando a publicidade nas placas, a legislação hoje já autoriza que nas placas possa haver uma publicidade de oito centímetros quadrados; só que, Ver. João Dib, oito centímetros quadrados é um tamanho que não chegou a empolgar ninguém, nenhuma empresa quis, Ver. Sebastião Melo, na verdade, ajudar o Município a colocar placas em nossa Cidade com o tamanho que nós criamos numa legislação de bastante tempo atrás. Então, houve um movimento no sentido de fazer o aumento desse espaço, é claro que não de uma forma abusiva, não de uma forma a ficarem ridículas as nossas placas com nomes de ruas, mas para que as empresas pudessem ajudar a ter uma melhor sinalização com relação a esses nomes de ruas colocados por toda a nossa Porto Alegre.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Braz, este é um Projeto singelo, mas de uma grande eficiência. Lamentavelmente, o “cobertor é sempre curto” para atividades-fins. E essa questão das placas é muito importante para a cidade de Porto Alegre. Então, V. Exª traz um Projeto singelo, mas muito objetivo. Quero dizer que vou votar favoravelmente e com muito gosto, porque, talvez, possa despertar o interesse de alguns empresários para serem parceiros da Prefeitura, justamente para poder colocar sinalização em centenas, para não dizer milhares de ruas que não têm placas nesta Cidade.

 

O SR. LUIZ BRAZ: É verdade, Ver. Sebastião Melo. O Ver. João Dib colocou uma Emenda no Projeto que eu acho muito boa, porque a legislação original diz que essa publicidade deve ficar no canto direito superior da placa. O Ver. João Dib coloca uma Emenda tirando essa determinação, para que a Prefeitura Municipal coloque no local que achar mais adequado na placa, onde, de repente, não vá atrapalhar as pessoas e permita que elas vejam claramente o nome da rua que querem identificar, e que, ao mesmo tempo, dê oportunidade para que a empresa X ou Y possa também colocar a sua marca, ajudando a fazer com que nós possamos realmente ter uma cidade com melhores indicações, com melhores informações com relação às ruas, porque, afinal de contas, essa é uma falha que já é registrada há algum tempo, e nós procuramos uma forma de corrigi-la. E eu acredito que este pelo menos é um dos caminhos para que nós possamos dar à Cidade um instrumento capaz de fazer com que as nossas ruas possam ter melhores informações com relação aos seus nomes distribuídos por toda a Cidade, e, assim, as pessoas ficarem mais tranqüilas com relação a encontrar um endereço qualquer, em qualquer ponto da Cidade onde estiverem.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLCL nº 012/05.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver. Luiz Braz, autor do Projeto que estamos debatendo, eu acho que este é um momento importante da Casa, quando tratamos do Projeto que passa de 8 para 15 centímetros, a propaganda, à direita da placa, no sentido de, com a parceria com a iniciativa privada, sanearmos um dos piores emblemas da Cidade: a desorientação.

Estamos perdidos na Cidade. A Cidade está sem norte, sem orientação, sem essa questão crucial da informação. Não é só essa informação de nome da rua que não existe: mais de 70% das ruas não têm o nome afixado. Em cada esquina, em cada confluência de duas ruas tem de haver uma orientação, e, mais do que isto, tem de haver o Código de Endereçamento Postal; tem que figurar, além do Código, o nome do bairro. São indicações preciocíssimas, não só na questão da delimitação dos bairros, na questão da orientação das pessoas, mas também para os profissionais da área dos Correios, que tem muito trabalho para saber onde fica a Rua A, tendo na Cidade 80 ruas A, oito ruas Alfa, quatro logradouros chamados Quintino Bocaiúva. Então, a nossa Cidade precisa ser reformulada na questão da orientação.

Eu queria, então, que a população de Porto Alegre, que nos assiste neste momento, pegue por este lado o problema da Cidade, maior, o simbólico, a metáfora da desorientação. Nós não nos desorientamos só nos pontos cardeais, não nos desorientamos só nesse tráfego profundamente alterado, congestionado; nós gastamos muita gasolina por causa da falta de informação, mas, principalmente, nós somos assim como nomes de ruas, assim como regiões da Cidade, assim como os limites dos bairros da Cidade: somos desorientados. E, para formar um novo oriente, para formar um novo norte para as pessoas e para as cidades, quem sabe comecemos pelas ruas, que tantas vezes foram motivo de debates nesta tribuna, que tantas vezes geraram pedidos, que nunca foram atendidos.

Muitas vezes o crescimento da Cidade não foi acompanhado de um crescimento burocrático, de um crescimento do conceito de cidade, das relações da Cidade, não só com seus moradores, com seus visitantes, mas, especialmente, jogando para o lado do estranho e para as margens das cidades seus próprios turistas.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Com todas essas informações de V. Exª vamos começar, talvez, hoje, com o aumento da placa, que é o primeiro tijolinho, e, talvez, cheguemos ao dia em que teremos amplamente sinalizada uma rota turística em Porto Alegre. Seria o início e o fim de tudo isso que V. Exª está descrevendo.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Muito obrigado, V. Exª me honrou com seu aparte. Mas quero dizer, também, que é através desse inicio, e através também dessa motivação, Ver. Luiz Braz, que hoje temos um ponto de partida para a solução desse problema já inúmeras vezes debatido por cada um de nós aqui, e, principalmente, através da parceria com a iniciativa privada. Vamos tirar de vez a idéia de que o que é público não pode ter parceria com o privado, de que o que é público, quando mistura com o privado, é promíscuo. Não é nada disso! Quando é para o bem da população, é possível haver essa mescla do público com o privado, e chegarmos, depois, nas Parcerias Público-Privadas, a resultados fantásticos, como já chegamos com postos de saúde, que foram execrados nesta Casa, que não foram chancelados pela Prefeitura.

No fim, hoje, temos postos de saúde patrocinados por empresas privadas, funcionando com perfeição.

Hoje podemos nos associar a empresas privadas na colocação de placas e perfeitamente começar a orientar, nesse novo mundo que se avizinha, nesta nova forma de vida, nas novas tecnologias; podemos também aceitar essa parceria para que, de uma vez por todas, a Cidade tenha uma orientação, entre aspas, tenha um norte.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLCL nº 012/05.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores, Vereadoras, todos os que nos assistem no dia de hoje.  Eu queria dizer, neste momento de discussão, que somos favoráveis a esse Projeto que altera a área de publicidade, no caso de patrocínio, no canto superior direito, de oito centímetros quadrados - que é a Legislação atual -, para 15 centímetros quadrados. Realmente, parece-nos que não deve haver nenhum óbice a essa alteração, lembrando que oito centímetros quadrados seriam 2cmx4cm, o que para uma placa indicativa é realmente irrisório; e mesmo os 15 centímetros quadrados seriam 5cmx3cm.

Não podemos ser contrários a isso, se isso puder beneficiar, no sentido de que há mais de quatro mil ruas, Ver. Bernardino, já denominadas, mas que ainda estão sem placa indicativa nesta Cidade. Sem falar, talvez, em mais duas mil ruas, Ver. Ismael, que sequer nome têm. Aliás, nessa segunda-feira saiu uma importante matéria no jornal Zero Hora: “Porto-alegrenses sofrem com ruas sem nome”, onde foi citado, inclusive, o caso da morte de um aposentado, em 2003, para o qual foi chamado o serviço de emergência e a ambulância não conseguiu chegar a tempo, porque a rua não tinha nome! E a gente, às vezes, ainda vê a imprensa, Ver. Bernardino, afirmar que nós perdemos tempo em denominar os logradouros. É importante, é cidadania! Mas não basta, Ver. Elói, denominar a rua e depois não colocar a placa com o seu nome; é exatamente a mesma coisa. Então nós vivemos, hoje, uma situação de seis mil logradouros públicos, pelo menos, onde não há uma placa indicativa ou sequer tenha um nome.

Então, por isso, eu acho que o tema que este Projeto envolve, nós devemos abordar e complementar. Neste sentido eu queria comentar, apoiando esta modificação, lembrando que este Projeto em discussão e votação data de 29 de março deste ano. Mas que também temos na Ordem do Dia um Projeto que data de 7 de janeiro deste ano, de minha autoria, determinando a colocação das placas. O Projeto do Ver. Braz determina a possibilidade de colocar uma propaganda um pouco maior, uma publicidade de 15 centímetros quadrados. Mas é preciso - e este meu Projeto possui Parecer favorável do Ver. João Dib, que tem sido um lutador neste sentido, quero reconhecer aqui -, já que a Lei Orgânica diz que esta Casa tem que aprovar denominação de logradouros, que também diga que é preciso colocar, depois, a placa, porque senão o Legislativo cumpre o seu papel, e ninguém executa. E o nosso Projeto, que eu até estou negociando para ver se votamos hoje - porque eu não sabia que tinha reunião hoje de manhã; vim na segunda-feira pela manhã quando não houve a reunião, então eu não tive tempo de solicitar.

Então aproveito a oportunidade, conversando com as Lideranças, para que possamos votar este Projeto de minha autoria que se complementa com o Projeto do Ver.  Braz, determinando a colocação das placas.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carrion, eu sempre digo que o grande problema de Porto Alegre é o somatório dos seus pequenos problemas. Esta ausência de placas denominativas, eu diria que é um pequeno problema, mas é um pequeno grande problema, e é necessário que se faça de uma vez por todas. Desde 1951 há Lei dizendo que o Executivo tem de colocar as placas; a Lei Contemplar nº 12, de 1974, diz que ele tem que colocar as placas. Eu não sei por que não colocaram ao longo do tempo.

 

O SR. RAUL CARRION: No nosso Projeto nós formalizamos a possibilidade da colocação da placa de forma terceirizada e com exploração de publicidade. Então, eu não só aprovo este Projeto aqui, como já estou formalmente colocando a possibilidade de nós votarmos, ainda hoje, este Projeto de minha autoria - que está na Ordem do Dia e com Parecer favorável dos Vereadores Dib, Bernardino e Comassetto. Creio que nós poderemos, no dia de hoje, aprovar dois Projetos simples, mas relevantes para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLCL nº 012/05.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, venho a esta tribuna para parabenizar o Projeto do Ver. Luiz Braz, porque acredito ser sério e trazer um benefício importantíssimo para a nossa Cidade.

Aproveito - não querendo sair da Pauta - para parabenizar o empossado Ver. Alex da Bancada do PDT, bem como os da Região da Lomba do Pinheiro. Nós dois sabemos a importância da denominação das ruas, bem como as placas com a denominação.

Junto a essa questão vem a nossa luta pela alfabetização, porque nós queremos todos - os nossos jovens, adultos, adolescentes – alfabetizados, pois uma coisa completa a outra quando a gente entra no mérito da discussão.

Agora, a imprensa tem batido muito nessa questão de a Casa estar votando a denominação de ruas. A minha crítica vai em outro sentido: não dá para aceitar que as pessoas simplesmente saiam nominando ruas; acessem o site da Câmara de Vereadores, solicitem croquis e determinem nome. Essas pessoas que não têm nenhuma relação com a comunidade, não podem determinar nomes para aquela localidade. Tem de haver uma relação com a comunidade, para que ela se sinta ali refletida, inclusive nos seus nomes. Nós temos tantos falsos heróis, coisas absurdas em relação a nomes de ruas.

Por outro lado, quero, de fato, aproveitar para mais uma vez dizer o quanto é importante este Projeto que votarei favoravelmente, e dizer que as comunidades, em especial as das periferias, terão muito mais visibilidade, as pessoas vão sentir-se muito mais inseridas no contexto da Cidade, porque sua rua tem um nome. Cito o exemplo do carteiro, que faz um excelente trabalho naquelas comunidades que ainda não foram constituídas formalmente, pois lá são colocadas caixas populares para correspondência. Acredito que este Projeto traz um avanço muito grande, fazendo, inclusive, com que reflitamos sobre a irresponsabilidade daqueles que não têm uma relação com as comunidades e saem dando nomes às ruas de Porto Alegre!

Quero parabenizar este Projeto do Ver. Luiz Braz, bem como o do camarada Raul Carrion, no sentido dessa parceria com a iniciativa privada, que vai resolver, sim, o nosso problema. Muitos dizem não ser um Projeto sério, mas eu considero - e fica uma critica fraterna à nossa querida imprensa e a alguns segmentos, por talvez não saberem da sua importância. Para os que moram em ruas sem nome, estes sabem da importante desse Projeto, porque como foi citado aqui, uma ambulância poderia ter salvo uma vida, mas não encontrou o paradeiro da vítima. Muito obrigada, e parabéns mais uma vez ao Ver. Luiz Braz.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCL nº 012/05.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, especialmente ao Ver. Luiz Braz, autor desta iniciativa. Eu diria, Braz, que há determinadas questões que dependem muito mais de atitudes do que de dinheiro. Porto Alegre é uma Cidade extraordinária, fantástica, mas não é possível para aquele que entra na Cidade pela nossa querida Av. Castelo Branco, localizar-se; no máximo vai encontrar - quando se trata de Turismo - meia dúzia de pessoas vendendo guarda-chuvas perto da Rodoviária - absolutamente errado! Espero que esta lógica mude e faça-se a introdução para chegar nas placas. Nós mesmos, que somos militantes desta Cidade diariamente como Vereadores, não conhecemos as ruas. Ora, Ver. Zé Waldir, V. Exª talvez conheça todas as ruas da Zona Norte, mas talvez não conheça todas as ruas da Zona Sul. Então nós, que andamos diariamente pela Cidade, por vezes temos de parar numa parada de ônibus, ou num boteco, ou numa padaria, para perguntar: mas esta rua aqui é a rua tal? Onde é que fica a rua tal? Ora, isso é o mínimo que se requer de razoabilidade. E aí V. Exª traz aqui aquilo que é o mais legítimo da parceria público-privada, qual seja, alguém - um Zaffari, um Bourbon, uma Ativa, um Brasinha - que resolve doar as placas - por que não? Mas que gesto! Como vários empresários adotam praças, Verª Sofia. Poderia acontecer o seguinte: vai lá doar cem, duzentas, trezentas. Aliás, acho que deveria haver uma campanha da Municipalidade, Ver. Luiz Braz, porque não basta aprovar uma lei, pois nós sabemos que a maioria das leis se transformam em lei morta, vão para as gavetas e não saem mais. Então, é preciso criar uma cultura, Verª Maristela Maffei, porque, cá para nós, o mínimo que se espera é que haja placas nas ruas!

Eu diria, Ver. Luiz Braz, que V. Exª nos oportuniza, sim, a uma matéria recorrente, porque quantas vezes e quantos Vereadores de outras gerações vieram a esta tribuna - e quantos virão - para tratar deste assunto, do déficit de placas? Eu sei que falta dinheiro para a Saúde, para a Segurança, mas acho que justamente nessas questões a iniciativa privada pode ser parceira, desde que haja uma vontade política. E aí eu sugiro a V. Exª que, além de fazer aprovar a lei, possa, quem sabe, conversar com o Executivo, acompanhar essa questão, criar um ambiente, quem sabe fazer uma reunião numa comissão da Casa, porque, na verdade, a iniciativa de V. Exª busca exatamente o seguinte: o espaço é tão pequeno que ninguém está se interessando. E, cá para nós, o sujeito que bota o patrocínio, quer que alguém enxergue, isto é natural. No velho ditado popular seria ninguém “prega prego sem estopa”.

Acho que o Ver. Dib faz bem ao dizer o seguinte: “Não vamos engessar”, qual seja, dizer se é do lado esquerdo, do lado direito, se é em cima ou se é em baixo. Deixemos que a Prefeitura cuide disso, através do seu corpo competente. Então, a Emenda do Ver. Dib é boa neste sentido, porque desengessa; ela deixa para ser construído nesse processo de Parceria Público-Privada.

Então, eu queria cumprimentar V. Exª, dizer que é um belo Projeto, simples, mas eficiente. Esperamos que com o seu Projeto possamos incentivar a Municipalidade. É um gesto pequeno, mas muito importante ter placas nas ruas da nossa querida e amada Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLCL nº 012/05.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, li atentamente o Projeto do Ver. Luiz Braz e, fazendo uma análise, hoje sabemos mais do que nunca das dificuldades. Ver. Sebastião Melo, eu trouxe uma placa para verificar a questão dos 5 x 3. O Ver. João Antonio Dib, na sua Emenda, pede para não dizer que seja definido o local. (Exibe a placa.) Hoje, em Porto Alegre, é permitida somente a utilização deste espaço aqui - oito centímetros - que inclusive tem o nome da empresa concessionária, no caso a Ativa; este é o espaço. O Ver. Luiz Braz está propondo, na realidade, para facilitar, o dobro de espaço, que passa de 8 para 15cm; e a minha preocupação inicial é que este espaço poderia ficar quase do tamanho das letras, que coincidentemente têm 3 centímetros. Mas o que vejo como mais importante nesta dinâmica, Ver. Luiz Braz, é que talvez seja uma saída, porque hoje sabemos que é pouco atrativo, embora também saibamos que para cada placa colocada são disponibilizadas algumas placas na periferia, que é onde não tem esse poder de incentivo. Ao mesmo tempo também sabemos de que forma se dá a publicidade hoje em Porto Alegre e nas grandes cidades: nos lugares chamados nobres ou de grande circulação - e o Ver. Luiz Braz sabe porque acompanha isso - nos postes, entre a confluência de uma rua e outra, é permitido, por Legislação inclusive desta Casa, colocar um painel publicitário, estimulando empresas. É muito comum sinalização com loja tal a tantos metros. Vejo que esta alteração talvez possa viabilizar que mais pessoas ou algum empreendedor possa estimular isso. Sabemos que Porto Alegre hoje tem uma situação complicada, especificamente quanto às pessoas ou às empresas ou à empresa que cuida especificamente desse segmento, porque foi um processo por um determinado tempo. Mas eu vejo que a grande discussão que isso possibilita, é que o empresário possa utilizar esse espaço para então consignar.

Ver. Luiz Braz, se V. Exª permitir, eu estou fazendo uma emenda, não sei se dará tempo, eu gostaria que alguém se inscrevesse para que eu pudesse fazer uma emenda, qual seja: a cada placa que tivesse publicidade - vou colocar aqui no ar - teria que colocar uma outra placa, em outro lugar que não tivesse publicidade. Vou dizer por que: é uma questão de visão social, porque, senão, somente um determinado segmento, onde interessa ao publicitário, vai ganhar, caso contrário, não. 

Então, eu solicito - de maneira rápida - que algum Vereador se inscrevesse para falar, enquanto eu tenho a possibilidade de fazer a emenda.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLCL nº 012/05.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o problema nosso não é absolutamente a falta de Legislação; já em 1830, o Presidente do Estado do Rio Grande do Sul dizia: “Chega de leis, as que têm são suficientes, basta que sejam cumpridas”. Nós não cumprimos as leis e, de repente, tem que vir o Ver. Luiz Braz e lembrar que nós temos que cumprir leis, chamar a atenção do Executivo que as leis devem ser cumpridas. Se outro mérito não tiver o Projeto do Ver. Luiz Braz, tem este, pelo menos. Mas claro que nós precisamos colocar placas nas ruas da Cidade.

Em 1951, a Lei nº 383, antigo Código de Posturas, dizia que tinha que colocar a placa nas esquinas da nossa Cidade. E mais, dizia como se fazia.

A Lei Complementar nº 12, de autoria deste Vereador, que é o Código de Posturas atual, também, no seu art. 27 diz que tem que colocar a placa, e a Prefeitura tem que fazer. A Lei que o Ver. Luiz Braz está alterando, dizendo que precisa dar oportunidade para fazer publicidade, está melhorando a Lei, e com essa melhora vai aparecer quem queira fazer. Mas o nosso problema, eu volto a dizer, é fazer cumprir as leis.

O Secretário de Transportes - nós temos tantas legislações sobre transportes - baixa uma Portaria proibindo os motoristas de táxi de utilizarem bermudas. Será que o Secretário dos Transportes não sabe que já existe uma Lei que diz que o motorista de táxi pode usar bermudas, se for esse o seu desejo? Desde que ela tenha um comprimento adequado, não há nenhum problema. Por que nós não fazemos cumprir a Legislação que nós votamos aqui?

Então, agora, mais uma vez, vai ser alertada a Administração Municipal de que há necessidade de colocar placas, principalmente, porque no sábado ou no domingo passado, o jornal Zero Hora trouxe ao conhecimento do povo o fato de uma pessoa que deveria ser atendida por uma ambulância da SAMU não o foi, porque não localizaram a rua. Mas não precisa ser na periferia, e a emenda que o Ver. Professor Garcia pretende é muito boa, mas não precisa ser na periferia. Alguém vá a Petrópolis e encontre os nomes das ruas nas esquinas do nosso querido bairro Petrópolis. Não precisa. Aqui no Centro também não tem.

Então, na realidade, nós temos que aprovar o Projeto de Lei de autoria do Ver. Luiz Braz, nós temos que pressionar, porque não adianta fazer leis.

Em 1994, eu fiz um Projeto de Lei, dizendo que 1995 seria o ano de denominação dos logradouros públicos. O Prefeito sancionou e eu coloquei uma Emenda no Orçamento, abrindo uma rubrica com verba para a colocação de placas, ele também sancionou, só não colocou - o Sr. Tarso Genro - as placas para o quais ele deu a sua sanção no Projeto de Lei e também deu a sanção na Emenda, colocando verba para que isso acontecesse. Portanto, cumprimento o Ver. Luiz Braz. Vamos votar favoravelmente, sem dúvida nenhuma. E a Emenda do Ver. Professor Garcia vai aprimorar o Projeto, e a Emenda que este Vereador fez como Relator foi porque uma agência de publicidade ou a própria Prefeitura, com os seus técnicos, farão um desenho mais garantido, melhor, da placa, e nós vamos ter, então, talvez - e eu rogo a Deus que seja agora -, a Cidade com as placas nas esquinas das suas ruas para que o povo possa se movimentar. Muito obrigado. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLCL nº 012/05, por cedência de tempo da Verª Manuela d’Ávila.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação ao Ver. Elói Guimarães, aos demais Vereadores, o nosso agradecimento à Verª Manuela d’Ávila, que nos cedeu o tempo aqui, na discussão que fazemos, também a pedido do Ver. Professor Garcia, para possibilitar, nesse intervalo de tempo, a entrada da sua emenda.

Mas, efetivamente, queremos continuar debatendo o conteúdo. Nós temos, na nossa Lei Orgânica, o art. 56, que trata dos assuntos de competência do Município, sobre os quais cabe à Câmara Municipal dispor, com a sanção do Prefeito. E aí, o Inciso IX determina (Lê.): “Denominação de Próprios Municipais, vias e logradouros públicos”. Pois bem, cabe ao Legislativo denominar os logradouros. E a quem cabe sinalizá-los, Ver. Ismael? Não será o Vereador, que deu o nome à rua, que vai ter de sair, colocar uma placa na esquina! A quem cabe? Ao Executivo, é evidente! Nós legislamos, Verª Neuza; o Executivo executa! É uma Lei da Cidade: este logradouro denomina-se de tal forma! E é um direito cidadão ter o nome na rua.

Nós sabemos que uma pessoa que mora em uma rua não é numerada, que não tem nome, ela não consegue um crédito numa loja; não tem um CEP, não chega correspondência a ela. Ocorre, como foi denunciado pelo jornal Zero Hora, na segunda-feira, Ver. João Antonio Dib, em 2003, com o aposentado Heleno Nobre, que sofreu mal súbito em sua residência, que se localizava no número 999 da Rua 51, telefonaram para o SAMU, a ambulância não chegou, ele faleceu! Então, não é uma coisa secundária, Ver. Elói Guimarães. Por isso, eu lamento quando alguma imprensa critica esta Casa, porque os Vereadores ficam dando nome para as ruas. Mas isso dá trabalho.

Eu não tenho muitos Projetos dando nome de ruas, mas precisa fazer abaixo-assinado, tem de conseguir croqui, tem que buscar os dados - muitas vezes, biográficos -, atestados de óbito e assim por diante. E nós fazemos isso, porque é uma necessidade. A nossa assessoria solicita que a gente não apresente projetos dando nomes de ruas ou a logradouros, mas é necessário. E, aqui, eu quero reforçar o seguinte - por isso, a importância desse Projeto, bem como do Projeto de minha autoria que está na Ordem do Dia: se denominar a rua, mas não colocar a placa, quem é que vai descobrir? É até um problema de segurança. Às vezes, Ver. Ismael, a gente que anda nessas vilas à noite, procurando o endereço, tem de descer do carro e perguntar para alguém onde é a rua, porque ela não tem denominação, correndo o risco, muitas vezes, de ser assaltado, de sofrer algum tipo de violência.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Da mesma forma, nobre colega, se nós analisarmos bem a numeração das casas de Porto Alegre, elas também estão deficientes. Quem anda em Porto Alegre à noite, muitas vezes, passa do lugar pretendido e tem de fazer o trajeto novamente para chegar no mesmo ponto. Então, nós também teremos de pensar na questão da numeração das casas, para que fique num lugar que tenha visibilidade, com contraste. Eu só queria dar essa contribuição.

 

O SR. RAUL CARRION: Eu estou chamando a atenção nesse sentido, para dizer que essas questões não são perfumarias; pelo contrário, são questões de segurança que, às vezes, envolve risco de vida, envolve a sobrevivência ou não de uma pessoa que precisa de um atendimento, significa a possibilidade de ter um crédito numa loja, e assim por diante.

Por isso, nós aprovaremos o Projeto, principalmente com a emenda do Ver. Garcia, porque ele é positivo e amplia um pouco algumas coisas. Vai resolver o assunto? Possivelmente não, mas vai colaborar para que mais empresas se interessem em usar a publicidade.

E, aí, eu volto a insistir: teria grande importância, creio eu, que também no dia de hoje, o nosso Projeto, que é de janeiro, Ver. Elói, e que tem os pareceres positivos do Ver. Dib, que é um Vereador extremamente atento, do Ver. Bernardino, do Ver. Comassetto, que determina que cabe ao Executivo colocar as placas, Ver. Maurício, mas deixa para o Executivo toda a possibilidade de contratar terceiros e, inclusive, o ônus da placa ser coberto pela publicidade. Então, não cria ônus para o Executivo. E, aí, eu creio que há condições de resolver, junto com esse Projeto ainda melhor, porque nós sabemos como são aqueles postes toponímicos, tem placa e tem um círculo em dimensões a serem, na regulamentação, bem definidas, que hoje estão ao alvedrio da empresa, que dão uma visibilidade maior, inclusive, para essa publicidade, havendo um interesse ainda maior.

Há prazos colocados aqui. Se os prazos estão muito curtos - o Ver. Maurício tem alguma preocupação -, é possível a gente dar um prazo um pouco maior.

O importante o Ver. Dib já disse, é que nós estamos há décadas enfrentando o problema, e nós precisamos é determinar uma solução. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo as seguintes Emendas: (Lê.): “Emenda nº 03 ao PLCL nº 012/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, acrescenta artigo onde couber. Para cada placa colocada em regiões centrais, com patrocínio de empresa, uma outra deverá ser colocada em regiões periféricas da Cidade”.

Emenda nº 09 ao PLL nº 124/05, de autoria das Vereadoras Manuela d’Ávila e Maristela Maffei.

Emenda nº 010 ao PLL nº 124/05, de autoria das Vereadoras Manuela d’Ávila e Maristela Maffei.

Subemenda nº 01 à Emenda nº 01 ao PR nº 120/05, de autoria da Verª Maristela Maffei. (Lê.): “Art. 1º - Fica suprimido do art. 1º do PR nº 120/05, Processo nº 4.310/05, a expressão “... do Município”.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLCL nº 012/05.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu não iria discutir esse Projeto do Ver. Luiz Braz, mas fui muito motivada pela proposta do Ver. Garcia, não porque esse Projeto não tenha que ser discutido, mas pela valorização e dimensão que essa Emenda traz a esse Projeto. Esta Casa, a Câmara Municipal, tem sido criticada por vezes pela imprensa local, por não nos preocupamos com projetos importantes, isso já gerou motivo de debates em rádios na Cidade, em TV, enfim, na imprensa sobre a aprovação muito grande, em número de projetos, que dizem respeito a logradouros e ruas na cidade de Porto Alegre. Penso que esse tipo de projeto é importante, sim, tem a sua relevância, quando, lá na vila ou em determinada rua da Cidade que não tem nome, aquele morador ou aquela moradora sente-se extremamente prejudicado, Ver. Luiz Braz, porque o correio lá não chega, a sua correspondência, as suas contas a pagar não têm como chegar. Também é o caso já exemplificado aqui pelo Ver. Raul Carrion, da acessibilidade aos locais que não têm nome. Quantas ruas A temos em Porto Alegre? Quantas ruas mil-e-não-sei-o-quê temos em Porto Alegre? E por aí vai. E as pessoas não têm a sua cidadania garantida de fato.

Por isso eu acho que esse tipo de Projeto de logradouros e nomes de rua é importante e relevante para o morador, para a moradora da nossa Cidade, especialmente daquelas regiões de difícil acesso da nossa Cidade.

O Ver. Garcia nos traz, além de o fato estabelecer um processo para tentar minimizar o problema de não haver placas nas ruas da cidade de Porto Alegre, a possibilidade de que seja feito por meio do interesse de haver ali uma publicidade, uma divulgação, inclusive aumentando essa divulgação na placa, para que se torne efetivamente visível e que caia no interesse do patrocinador. O Ver. Garcia traz uma outra discussão: para cada placa patrocinada para uma região que de fato vai interessar ao patrocinador, ele tem de fazer a contrapartida social; ele também tem de colocar essa mesma propaganda, esse desejo de venda do seu produto numa outra placa em outro logradouro que não seja assim tão acessível.

Então, para mim, essa Emenda do Ver. Garcia tem cunho de responsabilidade social - tão falada e tão cantada pelos empresários da nossa Cidade e do nosso Estado, de estarem sempre preocupados com a responsabilidade social, com o bem-estar social de todos. Essa Emenda vem contribuir para que haja, de fato, um ressarcimento, de certa forma, desse grande patrocínio que vai haver nas regiões centrais da cidade de Porto Alegre e, sobretudo, para que possamos resolver esse problema concretamente; esta Emenda é importante.

Eu quero parabenizar o Ver. Garcia, que terá todo o meu apoio na aprovação desta Emenda. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu já tinha feito a leitura desta Emenda, mas foi feita uma pequena alteração. Portanto releio a Emenda nº 03, de autoria do Ver. Professor Garcia, ao PLCL nº 012/05. (Lê.): “Para cada placa colocada em regiões centrais, incluída a 3ª Perimetral, com patrocínio de empresa, uma outra deverá ser colocada em regiões periféricas da Cidade”.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Professor Garcia, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 03 ao PLCL nº 012/05 às Comissões Permanentes. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, o PLCL nº 012/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 25 votos SIM.

Emendas nº 01 e nº 02 ao PLCL nº 012/05, podem ser votadas em Bloco. (Pausa.) (Lê): “Emenda nº 01 de Relator: Altere-se a ementa do Projeto de Lei, para retirar a expressão ‘a ser inserida no canto superior direito da’, acrescentando a palavra ‘na’ em seu lugar”.

“Emenda nº 02 de Relator: Elimine-se, no texto do § 2º, a expressão ‘no canto superior direito’, mantendo-se o restante da redação”.

Em votação o bloco das Emendas nº 01 e nº 02 ao PLCL nº 012/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 03, de autoria do Ver. Professor Garcia, ao PLCL nº 012/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

A Verª Clênia Maranhão solicita, por Requerimento do Vice-Líder da sua Bancada, Ver. Paulo Odone, Licença para Tratamento de Saúde no período de 16 e 17 de novembro.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de Licença do Verª Clênia Maranhão e dada posse à Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Apregoamos Requerimento de autoria do Ver. Carlos Comassetto de representação da Casa na cidade de Bagé, nas datas de 16 e 17 de novembro.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3683/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 182/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que institui Área Especial de Interesse Cultural (AEIC), na gleba localizada no Bairro Três Figueiras, entre as Ruas João Caetano, Portulaca, Ewaldo Campos, Lobelia e a Av. Luiz Manoel Gonzaga, situada na MZ03, UEU110, subunidade 01, da Lei Complementar n. 434/99 (PDDUA), com vistas ao reconhecimento de área remanescente de quilombo, ocupada pela  comunidade Família Silva.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 17-10-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 182/05. (Pausa.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro o adiamento da discussão do PLL nº 182/05 por duas Sessões. É um pedido do autor por estar em representação da Casa nesses dois dias e ele gostaria de participar do debate. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Sofia Cavedon, solicitando o adiamento da discussão do PLL nº 182/05 por duas Sessões. (Pausa.) APROVADO. 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3817/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 219/03, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Adelino Raymundo Colombo. Com Emenda n. 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e à Emenda n. 01;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 03-11-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 219/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 219/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. N. 1094/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 064/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que altera a redação do inciso V do art. 30, do inciso V do art. 31, e do art. 40 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, passando a denominar Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana a atual Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, composta de seis integrantes.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;

 - da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Margarete Moraes: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Dr. Goulart: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 126, § 1º do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 14-11-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 064/05. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, na semana passada um jornal da Capital fez uma matéria interessante sobre a insegurança no Rio Grande do Sul. O repórter perguntava ao Exmo. Sr. Secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Deputado Federal, por Cachoeira do Sul, José Otávio Germano, sobre o grande número - eram 53, se não me falha a memória - de roubos e arrombamentos de automóveis, num dia, na cidade de Porto Alegre. E o Secretário responde: “Mas é tanto? Porque a informação que eu tinha” - disse o Secretário - “é de que era em torno de 30”. Ora, Sr. Secretário, 30! O Senhor acha pouco? Por isso é importante, Verª Mônica, nós discutirmos aqui, sim, numa Comissão Técnica da Casa, o problema da insegurança, porque daí, sim, nós vamos pautar alguns temas. Por exemplo: o vaivém de mudanças permanentes de comandos e de pessoas em posições importantes nos diversos batalhões e nas diversas companhias da Cidade. Será que essa é a metodologia correta, quando em todos os lugares do mundo se fala em segurança comunitária, em policial comunitário? Como alguém pode ter uma atividade comunitária, se é transferido da Zona Sul, que tem uma determinada característica, para a Zona Norte, que tem uma característica completamente diferente? Como pode alguém interagir com o bairro Bela Vista, onde estive há dias, exatamente para discutir, entre outros temas, este - e, de repente, se encontrar num bairro completamente diferente, como a Restinga?

Então, Verª Mônica, quero me congratular com V. Exª, vou votar favoravelmente porque isso vai dar condições de, exatamente, discutirmos os problemas concretos da Segurança Pública, inclusive sobre as questões da nossa Guarda Municipal, que precisa ser não apenas aqui lembrada, elogiada, mas sobre a qual temos de fazer uma discussão sobre as mudanças necessárias a serem nela introduzidas.

 

A Sra. Mônica Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, obrigada. Nós sabemos que as questões de Segurança são enormes, são muito graves, e, principalmente, que essa não é só uma questão do Governo Federal, ou do Governo Estadual, nós aqui, na Cidade, também temos problemas, e eu vejo que, sendo criada a Comissão, essa poderia nos auxiliar de uma forma que mapeasse, que localizasse os grandes problemas que nós temos a respeito de assaltos. Eu vejo que V. Exª se reporta à matéria do jornal Zero Hora sobre os furtos e roubos. Eu vejo como muito importante a criação dessa Comissão, inclusive porque temos hoje essa Secretaria que tem à frente o Secretário Kevin Krieger. Então essa é a minha intenção, eu gostaria de lhe agradecer pelo apoio e de dar esta contribuição. Obrigada.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Mônica, hoje ainda eu debatia, em uma emissora de rádio, um tema que V. Exª também acompanha e pelo qual tem interesse: a questão da danificação do patrimônio público, que é um problema de Segurança, porque, muitas vezes, esses mesmos vândalos, para comprarem o spray, fazem outros tipos de ações que também se confrontam com a lei, como por exemplo, o vandalismo praticado no Viaduto Otávio Rocha. Bom, se V. Exª passar lá agora, daqui a meia hora, no máximo, V. Exª vai encontrar um fumódromo lá no Viaduto. Como é que nós vamos discutir esta questão? Qual é a atividade que essa garotada vai fazer? Circulando pelo Centro da Cidade, esses jovens de classe média inclusive, e de classe média alta o que vão fazer? Porque se nós analisarmos, por exemplo, o Colégio Paula Soares, aqui do lado, e o Ernesto Dornelles, são dois dos colégios estaduais mais pichados, mais danificados da Cidade. Eles estão no Centro de Porto Alegre, e quem ali estuda não é o pessoal da Restinga, mas eu garanto que o José do Patrocínio na Restinga apresenta menos dano ao patrimônio do que o Ernesto Dornelles. Alguma coisa está errada. Por isso a discussão numa Comissão dessas é de fundamental importância, por isso nós vamos acompanhar e apoiar o seu Projeto.

Agora, nós vamos discutir a questão da segurança e da insegurança tal qual ela é, porque o Governo Federal, mesmo que tenha dado pouco, para o Rio Grande do Sul deu muito incentivo, e há muitos automóveis e muitos equipamentos sendo utilizados pela Brigada e pela Guarda Municipal que foram exatamente a parte que o Governo Federal tem de dar para a Municipalidade e para o Estado. Isso nem o Secretário pode negar. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PR nº 064/05.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, especialmente a autora deste Projeto, Verª Mônica Leal. Olhe, Verª Mônica, nós temos uma concepção, e já a externei em várias oportunidades aqui nesta tribuna, no sentido de que nós valoramos muito as Comissões Temáticas da Casa. Nós achamos que uma Comissão Temática do Congresso Nacional ou nas Assembléias Legislativas ou nas Câmaras Municipais poderá produzir, diariamente, resgate de cidadania. Já se teve um conceito atrasado. Eu lembro, Verª Mônica, que inclusive a Frente Popular, quando administrou esta Cidade por vários anos, só teve uma mudança de posição, e eu lembro, na última eleição do Tarso Genro, porque, até então, a Prefeitura, na gestão da Frente Popular, dizia: “segurança pública não é conosco; isso é matéria de competência de outros entes”. E eu nunca concordei com isso.

Acho que Segurança Pública é do Governo Federal, Segurança Pública é também dos governos estaduais e também é dos governos locais. E por que digo isso? Por exemplo, Verª Mônica, uma cidade bem iluminada é fator de Segurança Pública. A escuridão traz a insegurança. As praças mal-iluminadas, as ruas mal-iluminadas são fatores de Segurança Pública, e uma comissão pode tratar disso com muita eficiência.

Mas eu vou mais além. Existem, hoje, em vários países, por exemplo, em regiões, zonas altamente periculosas em que se constroem quadras poliesportivas que funcionam a noite inteira para tirar as pessoas da rua para que possam praticar esporte a noite inteira. Isso é fator de Segurança Pública, e é uma questão local.

Vou além. Quantos alvarás, nesta Cidade, deveriam ser cassados e não o são, Ver. Adeli? Isso é fator de Segurança Pública, porque aquele determinado comércio aberto, e o entorno daquele comércio, é um fator de insegurança pública. Então, ela é uma questão local também.

Digo, com muita tristeza, com muita dor, que olhei o Orçamento da União, e este ano, Verª Sofia, são 22 bilhões lançados e, até agora, apenas 2 bilhões, 169 milhões foram executados. E para a segurança, desculpem-me pela palavra, uma merrequinha bem pequeninha, enquanto o Governo já pagou 120 bilhões para os banqueiros, executou apenas 2 bilhões dos 22 bilhões para a Segurança.

Então, V. Exª, Verª Mônica Leal, no seu Projeto, faz com que a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos seja incluída a Segurança Urbana: V. Exª é de uma felicidade extraordinária.

 

A Sra. Mônica Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador). Ver. Sebastião, gostaria de registrar que, no momento em que a sociedade vive o pânico da segurança, em que assistimos movimentos, ONGs, como “Brasil sem Grades”, caminhadas para pedir a paz, faixas com dizeres clamando por mais segurança, faixas das vítimas - um absurdo - que foram assaltadas, solicitando ao ladrão para comprar de volta os seus pertences; é urgente uma posição da cidade de Porto Alegre nessa questão tão importante. Por isso eu tive essa idéia, agradeço e peço a colaboração de todos os senhores na criação dessa Comissão. Obrigada.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, Verª Mônica. Uma observação final: eu acho que o meio faz o cidadão. Portanto, uma sociedade com exclusão social deste tamanho gigantesco, que só perde para Serra Leoa na distribuição de renda, é um fator que leva à criminalidade neste País. Mas também é, Verª Mônica, a falta de punição que estimula o crime. Não é o tamanho da pena, Ver. Adeli, pois quem rouba uma galinha e nada acontece; quem rouba dez e nada acontece; e rouba uma manada de bois e nada acontece, então, não é o tamanho da pena, mas o exemplo da punição.

Eu quero dizer que este País precisa, Ver. Ervino, em primeiro lugar, punir os corruptos, porque se não vier o exemplo de cima, fica difícil de pegar lá em baixo. Infelizmente, quem rouba dinheiro público está matando pessoas de fome, de miserabilidade, porque o dinheiro está sendo drenado para outro lugar.

Então eu acho que essa é uma questão que tem de ser enfrentada também nessa discussão. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PR nº 064/05.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero saudar a iniciativa da Verª Mônica Leal, eu já havia manifestado a possibilidade desse Projeto no início, quando ela protocolou aqui na Casa, agregando à Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor a questão da Segurança Pública. Por que a importância de agregar esse tema na Comissão? Nós, este ano, Verª Mônica, deparamos por diversas vezes com debates, tentando promover a questão da Segurança Pública, especificamente na Comissão de Direitos Humanos. Vários Vereadores protocolaram inclusive propostas de seminários, audiências públicas para que pudessem ser feitas, e não houve essa possibilidade, porque, na avaliação dos Vereadores da Comissão, por vezes, o tema não era, de fato, pertinente à Comissão. Quando V. Exª traz para nomenclatura da Comissão e com atribuições específicas da Comissão, faz com que esse debate, de fato, inicie na Comissão, mas que se propague por todo o Parlamento.

Isso é importante, porque nós, na Administração da Frente Popular, com aprovação do Projeto nesta Casa, em 2002, 2003, já agregamos a temática Segurança Pública Municipal numa Secretaria específica. Nós estamos, então, atrasados, a Câmara de Vereadores está atrasada em relação ao Executivo Municipal.

E dizer aqui que o Executivo Municipal nunca teve uma preocupação com a Segurança Pública no Município de Porto Alegre não é uma verdade concreta, uma vez que nós criamos uma Secretaria na gestão da Frente Popular para tratar desse tema. Aliás, um tema tratado com muita responsabilidade, embora sem o aporte e o suporte do Governo do Estado, que é de fato o gestor responsável por esse tema não só na cidade de Porto Alegre, mas nas demais cidades do Interior. Então, acho que vem estabelecer, de fato, um compromisso desta Casa de poder pautar essa Comissão, de poder pautar esse tema, esse debate nesta Comissão. Se falarmos da situação da violência e da Segurança Pública, eu quero aqui lembrar o que disse o ouvidor da SJS, Dr. Jayme Eduardo Machado, em reportagem ao jornal Zero Hora, do dia 23/03 (Lê.): “[...] Recebo visitas de pessoas que estão com seus bairros, suas regiões dominadas pelo crime. Significa que estamos como no Rio, criando bolsões de controle de criminalidade. [...] A situação é crítica no Estado”.

Porto Alegre não é uma ilha, não vive isolada e está dentro deste grande contexto. Lamentavelmente, quando eu ouço o Ver. Sebastião Melo colocar que o Governo Federal é que deveria fazer a sua parte e põe pouco recurso do Orçamento na Segurança Pública, eu quero aqui trazer alguns dados. De fato, são poucos recursos, mas são praticamente os únicos deste Governo do Estado em relação à Segurança Pública. Porque se nós olharmos a origem do investimento - de onde vem o recurso -, o que Governo do Estado gastou em Segurança Pública, o que foi empenhado neste ano, de 61%, foi liquidado apenas 47%. Os recursos federais, do Governo Federal, do Governo Lula, foram empenhados 39%, e foram liquidados 53% para o Estado do Rio Grande do Sul. Isso é pouco para o Estado do Rio Grande do Sul, sem dúvida nenhuma, é pouco recurso quando se trata de Segurança Pública, mas o Governo Federal está investindo muito mais em Segurança Pública no Estado do Rio Grande do Sul, do que o próprio Governo aqui intitulado e responsável pela Segurança Pública. Sem contar que o Secretário e Governo desviaram R$ 20 milhões do Fundo Especial da Segurança Pública e gastaram em outras atividades.

Então, onde está a prioridade, de fato, da Segurança Pública do Governo do Estado? Quando nós trazemos esse debate para a pauta municipal, nós queremos, nesta Casa, sim, concretamente, fazer essa discussão, apurar as responsabilidades, ver, de fato, onde está, no orçamento, o investimento em Segurança Pública para o Estado do Rio Grande do Sul: a quem cabe, qual a parte de quem cabe neste Poder todo; qual é a responsabilidade do Governo Federal, qual é a responsabilidade do Município. O que a gente sabe é que a população da cidade de Porto Alegre vive cada vez mais presa dentro da sua própria casa por temer a insegurança em que vivemos. A população vive cada vez mais perdendo o seu patrimônio.

Nós tivemos, neste final de semana, por exemplo, uma das nossas funcionárias da Casa assaltada, levaram o seu carro, e ela tem que dar graças a Deus que não fizeram nada com ela e com seus sobrinhos. Então, é esse o clima de insegurança que nós vivemos na cidade de Porto Alegre, e eu quero ser parceira, Verª Mônica, como sempre fui, para debater esse tema na Comissão de Direitos Humanos, e ser aprovado o Projeto de Segurança Pública. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PR nº 064/05.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, abstive-me de debater a questão das placas nas ruas da Cidade, que eu acho que é um tema que não deveria ser central, deveríamos estar pensando alternativas, mas não me furto de debater o tema da Segurança. Acho que a iniciativa, Verª Mônica, é muito importante. Esta Casa nunca se furtou de fazer o debate da segurança, mas dar a visibilidade de um nome de Comissão é importante, só que é bom que a gente tenha claro quais são as nossas responsabilidades enquanto Município nesta área tão complExª Eu também sou daquelas que acham que nós não podemos dizer que não é problema nosso, que a força da segurança é responsabilidade do Estado, da União, porque não há como haver a efetividade da ação da Polícia e da Brigada se não houver um diálogo permanente com as instituições municipais e com os moradores, com os cidadãos organizados em seus bairros - estou muito convencida disso: Conselhos Tutelares, Ministério Público, todos os órgãos responsáveis por políticas públicas, os gestores municipais, tanto os gestores das regiões quanto o gestor público geral. Eles têm de trabalhar esta questão da Segurança, porque onde a política pública se retira, quem ocupa o espaço é o tráfico.

Nós já temos muitos exemplos de espaços considerados altamente perigosos e onde se fez uma ação integrada, uma ação pública integrada com os órgãos de Segurança, e o sucesso foi muito grande.

Eu quero lembrar, aqui, da situação do Parque Chico Mendes. É uma das situações emblemáticas de insegurança, de inúmeros eventos nessa área de violência, e um conjunto de ações envolveu comunidades, sim, moradores dos arredores, Prefeitura Municipal e órgãos de Segurança, que começaram a constituir uma presença constante, desde escolinhas de diferentes áreas até grandes eventos de ocupação do Parque Chico Mendes, com eventual cercamento de uma parte. Então, são ações que, combinadas com ações da Brigada e da Polícia, podem trazer efetividade na Segurança Pública.

Então, acho que este tema é um tema sobre o qual a Câmara tem que se debruçar, sim, porque a Prefeitura tem que ser cobrada, e os órgãos públicos municipais e diferentes instituições devem ser estimulados, desafiados, fiscalizados para que atuem nesta área. Agora, o tema da Segurança Pública tem um elemento que tem que ser enfrentado, que é o da integração da Polícia com a Brigada, e que é do contingente, sim, que é do investimento, sim. Não há como fazer Segurança Pública sem qualificação, sem reposição de quadros, sem a presença ostensiva e inteligente, e a investigação funcionando.

Os depoimentos que nós temos não são mais depoimentos da população, Verª Mônica: são depoimentos de delegados de polícia, que dizem que têm um conjunto de funcionários que no máximo consegue fazer atendimento de balcão.

Outro dia eu falava mais da Brigada; hoje, quero falar mais da Polícia Civil. A delegacia de polícia serve para todo o tipo de situação: uma situação familiar, na qual a esposa vai lá e registra o conflito, porque depois, para o fim de separação, será importante aquele registro; a situação de pequenos furtos; a situação de problemas com animais; eu poderia citar “n” problemas muito pequenos, que não daria para serem considerados problemas de violência. É a delegacia de polícia o lugar de fazer a ocorrência - há “n” situações, de eleições em associações de moradores, sindicatos, etc. - legalmente, e essa ocorrência, depois, nos processos, será importante para garantir direitos, para deslindar situações.

Ora, as delegacias de polícia afirmam que esse atendimento de balcão, hoje, é o atendimento que toma praticamente as delegacias. Claro, o serviço de inteligência tem muita perda. A própria Polícia Civil tem perda de funcionários, e não há reposição, não há investimento em logística, e não há integração entre Brigada e Polícia.

Encerro, dizendo que foi festejado, com foguetes, quando da posse do Governo Rigotto, um dos primeiros atos do Governador, que foi a separação dos comandos da Brigada e Polícia Civil. Venceu o espírito de corpo. Isto significa um grande atraso no esforço de integração que se vinha fazendo.

Então, esses temas - desde a integração ao policial na rua, equipado e qualificado - são temas que a Municipalidade e esta Câmara têm que discutir, porque somente nós, ativos, fiscalizadores e mobilizando os cidadãos é que vamos conseguir com que os Governos priorizem de fato a Segurança Pública.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PR nº 064/05.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. João Carlos Nedel, demais Vereadores e Vereadoras, em especial a Verª Mônica Leal, não irei usar os cinco minutos, para agilizar o processo de votação, mas quero trazer o nosso apoio, parabenizar a Vereadora, que é uma lutadora nesta área da Segurança, e dizer que o Projeto é coerente, porque temos hoje uma Secretaria cujo projeto inicial era Secretaria de Direitos Humanos, e nesta Casa foi transformada em Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana; pois bem, se temos hoje uma Comissão, que é a Comissão de Direitos Humanos, nada mais correto do que nós também agregarmos a essa Comissão uma tarefa tão importante e que tanto preocupa a nossa sociedade. Aliás, Verª Mônica, acho que o problema da Segurança está em boa companhia com os direitos humanos, e os direitos humanos em boa companhia com a Segurança, e quando eles se separam, dá problema. Então, com uma Segurança que tenha na sua preocupação entender segurança como direito humano e que ao mesmo tempo respeite os direitos humanos, acho que teremos condições de enfrentar esse problema na sociedade, porque a questão da Segurança e da marginalidade tem muito a ver com o desrespeito aos direitos humanos, ao trabalho, à saúde, à moradia, à educação. Por isso, parabéns, nós votaremos favoravelmente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir o PR nº 064/05.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel, eu não falaria hoje, deixaria para falar no terceiro dia, mas visto que o assunto trouxe vários Vereadores à tribuna para discutir, vejo que é importante a minha manifestação.

O art. 30 do nosso Regimento, que versa sobre as Comissões Permanentes, denomina a CEDECONDH como Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. O Projeto de minha autoria pretende inserir na denominação e nas atribuições dessa Comissão a segurança urbana.

O Projeto foi inspirado na Lei nº 9.056, de 27 de dezembro de 2002, que criou a Secretária Municipal de Direitos Humanos e Segurança Pública.

Visando a atender às necessidades da nossa população referentes à segurança urbana é que pretendemos inserir este tema na denominação e competência da CEDECONDH, que passaria a denominar-se Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana.

Com a alteração da competência, a Comissão poderá emitir pareceres sobre os seguintes assuntos: ações interdepartamentais, sistêmicas e continuadas de desenvolvimento, implantação de segurança urbana; técnicas, estruturas e meios que assegurem a ordem pública; e programas voltados à segurança urbana e ao bem-estar da população no contexto municipal.

 

A Sra. Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Mônica, aproveito o momento em que V. Exª faz a sua explanação para juntar-me, enquanto Bancada do PSB, a este Projeto tão importante para a nossa Cidade, demonstrando que na Capital dos gaúchos nós estamos profundamente preocupados. Independente do viés ideológico, neste aspecto, com certeza, nós temos a responsabilidade de somar forças e, mais do que isso, buscarmos alternativas. Parabéns! Conte com o nosso voto.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Obrigada, Verª Maristela. Ainda dentro das competências: poderá organizar canais de comunicação e participação social e civil das diversas comunidades do Município, a fim de que sejam indicadas as suas prioridades na questão da segurança urbana; subsidiar a política de segurança na esfera pública municipal; e acompanhar e avaliar serviços de segurança urbana, no âmbito municipal, prestados à população.

O que quero dizer com isso é que chegou a hora de a nossa Cidade, de a Cidade de Porto Alegre estar à frente desta questão que preocupa a todos nós porto-alegrense. Nós vemos ONGs, vemos movimentos, caminhadas, faixas. Não é possível que a Câmara, que a Casa, que representa o povo de Porto Alegre não se faça presente.

Eu quero ressaltar, ainda, que a Procuradoria destacou que o Projeto está em conformidade com o art. 125 do Regimento, que estabelece os requisitos para a alteração do mesmo, não havendo impedimento de ordem jurídica a sua tramitação. A proposição tramitou na CCJ, CUTHAB, CECE, CEFOR, CEDECONDH e COSMAM, e todas as Comissões manifestaram apoio à aprovação do Projeto, considerando que o Projeto possui embasamento legal e atende principalmente ao interesse público, pois o Poder Legislativo passará a tratar de um tema relevante, importante, e que a sociedade clama por isso. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Comunicamos a honrosa presença dos Vereadores de Sananduva, do Ver. Ronei Oliboni, do PSB, irmão do nosso Ver. Aldacir Oliboni, e do Ver. Osmar Betiatto, do PMDB. Sejam bem-vindos.

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PR nº 064/05.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria, em especial, referir-me à Verª Mônica Leal e dizer-lhe que a Segurança é de tal complexidade, de tanta responsabilidade e são tantos os fracassos na área de Segurança em todos os Governos, e a exigência da população na solução dos problemas da área de Segurança mobilizam inúmeras especialidades, inúmeras ciências desde a Antropologia, a Psiquiatria até envolvendo as questões do Direito.

Eu ousaria dizer que V. Exª foi muito feliz em adicionar o termo Segurança por uma questão administrativa e de adaptação, mas talvez como não seja possível, esta seja a solução, porque, na verdade, o ideal seria que nós criássemos uma Comissão Especial só para a Segurança, tal a sua importância do empreendimento, tal o clamor da sociedade, tal o sentimento de frustração do povo brasileiro com as estatísticas que, cada vez mais, desafiam, frustram e mostram o quanto estamos errados na metodologia; o quanto não conhecemos, aprofundadamente, as questões, os problemas a resolver, e resolvê-los para sempre, pois são questões que mexem com a vida humana, com o bem-estar das pessoas e, principalmente, com a serenidade coletiva de um povo. Pois V. Exª, além do talento demonstrado, mostrou que, praticamente, leva esta Casa a buscar, também, dando à Segurança um espaço muito nobre nesta Comissão, onde os direitos humanos fazem parte das questões da Segurança, onde as questões de consumo fazem parte das questões de Segurança, sim, tal a amplitude, tal a importância e tal a magnitude da decepção dos brasileiros em relação aos processos de Segurança.

 

A Sra. Mônica Leal: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Ouço V. Exª, com muito prazer.

 

A Sra. Mônica Leal: Vereador Sebenelo, quero agradecer a sua fala e registrar que eu também penso como V. Exª, de que o ideal seria uma Comissão Especial. Mas em vista da sua impossibilidade, eu pensei em somar o assunto à outra Comissão, para que a cidade de Porto Alegre seja atendida, mapeie e discuta essas situações que afligem os porto-alegrenses.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Vereadora Mônica, muito obrigado pelo seu aparte. Eu queria terminar, dizendo que um estudioso do assunto, que é o Dr. José Vicente Tavares dos Santos, Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diz que ordem e progresso estão muito distantes da nossa sociedade, aquilo que está escrito na nossa Bandeira, por questões da Segurança, por questões da violência urbana, por questões da criminalidade. Pelo fim das instituições, findou a família, está no fim o processo escolar, estão no fim as associações, inclusive as de pais, os clubes, que diminuíram, em muito, a superfície de atrito social. Elas passam, hoje, a contribuir, pela sua extinção ou pela sua deterioração, intensamente para que haja um processo de aumento assustador da criminalidade. E mais do que isso, as medidas tomadas, por exemplo, a tolerância zero, foi para o espaço! A tolerância zero, em Paris, hoje, está na marginal, estão explodindo, estão com sete, oito mil carros queimados! E alguma coisa está acontecendo! E um autor chamado Zygmunt Bauman, diz que estamos tratando essa marginalidade como “estranhos”. E a questão dos “estranhos”, um dia, talvez, tomara que nós não estranhemos tanto, quando nós nos preocuparmos um pouco mais e os governos investirem muito mais em Segurança e nas condições básicas, mínimas de exigências de um povo, pela multiplicidade de fatores que concorrem para uma disciplina tão difícil, tão complexa e tão desafiante. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Elói Guimarães reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a primeira discussão do PR nº 064/05.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2866/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 133/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que institui, no Município de Porto Alegre, a Semana da Ciência e Tecnologia, que será realizada no mês de outubro concomitante com a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, instituída pelo Decreto-lei n.º 9, de 9 de junho de 2004. Com Emenda n. 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e à Emenda n. 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 19-10-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 133/05. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, nós queremos e devemos discutir esse tema, até para dar sustentação a ele. Eu acho que haverá votos necessários para aprovar o Projeto do Ver. Garcia, mas nós consideramos de fundamental importância que nós possamos marcar, durante uma semana, atividades específicas na área de ciência e tecnologia. E digo mais: nós deveríamos discutir aqui, na Câmara, Ver. Carlos Alberto Garcia, por exemplo, a utilização de algumas tecnologias de ponta e de algumas mudanças de paradigmas, como, por exemplo, o software livre, que, hoje, é uma plataforma importante que muitos órgãos públicos e privados estão utilizando. Eu tenho informações de que um grande grupo financeiro internacional está usando, em nível internacional, o software livre. E a ciência e tecnologia não é apenas Tecnologia da Informação, apesar da TI ser um dos elementos mais importantes, dada a sua modernidade e a efetiva revolução que a tecnologia da informação fez no mundo contemporâneo. Há dez anos, quem falava em usar e-mail, quem falava em utilizar, como nós utilizamos - e somos useiros e vezeiros disso - a nossa caixa eletrônica? Hoje, a ciência e tecnologia discutem temas importantíssimos.

Amanhã à noite, na PUC, no Instituto de Física, no Prédio 10, haverá um grande debate sobre a utilização da energia solar. Nós estamos atrasados nessa discussão do aproveitamento da energia solar. É claro que, num primeiro momento, os gastos para sua implementação podem até ser mais onerosos. A nossa Eletrobrás está começando a construir uma casa inteligente, em Florianópolis, no pátio da empresa, para mostrar a importância da utilização da energia solar, assim como é importante, Ver. Professor Garcia, a utilização da água, assim como é importante a utilização da reciclagem do lixo. E tudo isso, hoje, tem a ver com a ciência e a tecnologia. Não fossem os avanços na área de química fina, não fossem os avanços na área do setor plástico, nós não estaríamos reciclando garrafas PET, como nós estamos reciclando hoje.

Então, a ciência e tecnologia é um elemento que perpassa um conjunto de atividades do ser humano. O que é que não está vinculado a esse tema? Nós vimos isso há poucos dias, quando o Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul esteve aqui fazendo as suas demonstrações e a exposição na entrada da Câmara. Portanto, fazer uma semana de ciência e tecnologia servirá para que nós possamos discutir, por exemplo, os Telecentros. Qual a efetiva política de Telecentros para a Cidade? Qual a efetiva política de Telecentros para a Câmara Municipal? Eu, por exemplo, acho que nós temos que expandir o horário do Telecentro da Câmara Municipal, porque é um lugar de fácil acesso, é um lugar público, para que as pessoas possam utilizar-se mais e melhor da tecnologia. Como é o caso do Telecentro do Mercado Público; querem um local mais público, mais amplo e de mais fácil acesso do que esse? Como também as escolas nos finais de semana: quando a nossa Comissão de Educação, Cultura e Esporte discute a questão da escola aberta para a Cidade nos finais de semana, nós queremos discutir a melhor utilização também dos seus equipamentos de tecnologia, as suas máquinas de computação.

É por isso que nós estamos, Ver. Professor Garcia, concordes com sua proposição, vamos incentivar e, no ano que vem, durante a semana de ciência e tecnologia, nós vamos mostrar como uma cidade como Porto Alegre pode ser o centro tecnológico do Mercosul. Nós temos, sem dúvida nenhuma, essa vocação para ser uma cidade de serviços, uma cidade de alta tecnologia. Isso já está muito bem demonstrado pelas atividades que realizamos até aqui, como, por exemplo, Verª Maristela Maffei e Ver. Alex, que são os Vereadores que têm mais ligação com a Lomba do Pinheiro, o nosso Ceitec, que é o centro de excelência em tecnologia. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLL nº 133/05.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, vou colocar de forma sucinta a nossa idéia sobre essa Semana de Ciência e Tecnologia em Porto Alegre. (Lê.): “Este Projeto visa à conscientização da população em geral quanto à necessidade de a nossa Cidade desenvolver atividades e eventos objetivando popularizar e difundir a ciência e a tecnologia. Hoje o desenvolvimento da ciência e da tecnologia cada vez mais vem influindo diretamente e de forma rápida na vida cotidiana das pessoas. Ou seja, o conhecimento científico aplicado aos diversos setores produtivos e às atividades relacionais humanas vem contribuir de maneira significativa para os diferentes níveis de inovação. Entretanto, se de um lado isso proporciona avanços significativos que interferem na qualidade da vida individual e coletiva, de outro pode interferir negativamente nesses mesmos contextos. As dimensões éticas, culturais e econômicas vêm gradativamente sofrendo enfrentamentos cada vez mais complexos, e somente o esclarecimento lúcido e comprometido com o bem comum pode restabelecer o equilíbrio desejado. Todavia, o grande empecilho para o avanço da popularização desse conhecimento que o mundo produziu ainda continua sendo a falta da divulgação desse conhecimento de forma universal. A popularização e a difusão desse arcabouço científico que a humanidade produziu certamente contribuiriam para uma maior compreensão do que vem ocorrendo, a maior participação nos debates sobre a conveniência ou não do seu aprofundamento e dos limites a serem estabelecidos e, com isso, a melhoria compromissada da qualidade de vida do mundo. Sabedores dessas premissas e das constantes discussões para encaminhar essa questão ocorrida nas reuniões anuais na Secretaria Brasileira para a Ciência e Tecnologia e no âmbito federal, sensível aos anseios dos homens e mulheres, o Presidente Lula promulgou a Lei que cria a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia a ser realizada em território nacional em outubro. Para dar suporte à difusão e popularização da ciência e tecnologia, foi criado, no âmbito do Ministério de Ciência e Tecnologia, o Departamento de Difusão e Popularização da Ciência. No Rio Grande do Sul, essa Semana está sendo organizada em parceria com Prefeituras, secretarias de Estado, Conselho Municipal e instituições de Ensino Superior, com o objetivo principal de trazer esse conhecimento científico que se encontra no cotidiano das pessoas e na natureza a um público mais amplo e com uma linguagem mais popular, para disseminá-lo e, de outra forma, torná-lo acessível. Aqui em Porto Alegre a ciência também está na qualidade de vida dos nossos cidadãos, dando suporte às obras que melhoram a nossa vida; e eu quero citar: estações de tratamento de esgoto, melhor qualidade da água tratada, despoluição do Guaíba, coleta seletiva de lixo.

Todavia, queremos mais, que esse conhecimento esteja disponível em nossos Telecentros, que a linguagem seja acessível a todos os cidadãos e cidadãs.

Na realidade, o que nós esperamos - e esse é o nosso objetivo - é que, através dessa Semana da Ciência e Tecnologia, possamos fazer uma interface entre a população, o Legislativo e o Executivo, bem como o meio acadêmico, trazendo as universidades públicas e privadas para o seio da coletividade de Porto Alegre, para que possamos, sim, difundir e mostrar que a ciência e a tecnologia devem ser apropriadas por toda a população, e não para alguns. Esse é o objetivo principal da nossa proposta, criando, no Município de Porto Alegre, a Semana de Ciência e Tecnologia, no mês de outubro. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais quem queira discutir. Em votação o PLL nº 133/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 133/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3338/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 166/05, de autoria da Verª Manuela d'Ávila, que dispõe sobre a inserção de textos referentes aos direitos da criança e do adolescente em impressos emitidos pelo Executivo Municipal.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 19-10-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 166/05. (Pausa.) A Verª Manuela d'Ávila está com a palavra para discutir.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós sabemos, e temos debatido, nas atividades da Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente, sobre a necessidade de trabalharmos incansavelmente com o Estatuto da Criança e do Adolescente. São muitos anos de existência, mais de uma década, inclusive o Estatuto completa 15 anos em 2005.

Entretanto, ainda temos uma consolidação, na prática, de vários desses que são direitos invioláveis das nossas crianças e dos nossos adolescentes, porque nós vemos, cotidianamente, esses direitos serem violados. Portanto, na nossa opinião, esse é um gesto muito humilde.

É bastante pequeno escrever cada um desses direitos nos impressos do nosso Executivo, mas esse é um gesto que faz com que, para a população de Porto Alegre, em todos os momentos em que tiver uma comunicação com esses impressos, com esse trabalho da nossa Prefeitura - Ver. João Dib, que me olha atentamente -, nós vamos estar reafirmando a nossa convicção de que é, sim, preciso pautar esse tema incansavelmente; de que é, sim, preciso lutar para que a nossa população reconheça esses direitos e denuncie aqueles que não vêm sendo cumpridos, como é o caso, em muitos lugares, do trabalho infantil.

Nós vemos esse trabalho infantil ser desenvolvido de maneira informal em todas as ruas da nossa Cidade. Vivemos uma dificuldade muito grande, quando vemos a concentração desse trabalho, para decidirmos por uma ação real para combater essas questões.

Com esse nosso Projeto, então, acreditamos dar um pequeno passo, uma pequena contribuição para a consolidação do Estatuto da Criança e do Adolescente, para efetivação desta tão importante Lei que existe em nosso País.

Eu gostaria também de colocar - uma vez que foi mencionado pelo Ver. João Dib na semana passada - o porquê de nós termos pedido o artigo 81 nesse Projeto. Esse é dos tantos Projetos que temos nesta Casa que tramita há muito tempo - mais tempo, inclusive, do que o necessário para as Comissões darem os seus pareceres. E nós achamos que, se é verdade que os Vereadores devem usar esse artigo para questões de extrema importância, também é verdade que nós temos que ter regras, nesta Casa, para garantir que Projetos tão importantes e que não estão na Ordem do Dia - em função de as Comissões não terem dado, num largo período, os seus pareceres -, nós temos o direito de que esses Projetos sejam votados. Por isso, também, eu o apresento com o artigo 81.

 

A Sra. Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Manuela, eu gostaria de dizer que nos somamos a essa preocupação, e a esse importante Projeto, sim, no que diz respeito ao art. 81, pela relevância da causa, o que dá visibilidade à luta e à inclusão da criança, do adolescente e da juventude. É fundamental que a sociedade se dê conta de que a responsabilidade é de todos nós, e fazer com que o Executivo cumpra cada vez mais com o seu papel, de dar visibilidade a essa luta.

Portanto, como Coordenadora da Frente Parlamentar, que conto muito com o seu apoio também, quero dizer que estou muito feliz em aprovar esse Projeto.

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Obrigada, Verª Maristela Maffei. Por isso, senhores e senhoras, essas pequenas iniciativas se fazem extremamente importantes para que nós possamos ainda ver o ECA uma realidade, plena realidade, e não apenas uma lei que demonstra, sim, conquistas do povo brasileiro, porque ali está escrito, ali está garantida a existência desses direitos, mas também uma realidade, que toda a população, que todos os porto-alegrenses possam ter conhecimento de diversos artigos que são mais importantes desse documento. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 166/05.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, manifesto-me favorável ao Projeto da Verª Manuela, inclusive elogiando-a, porque esse tema dos direitos da criança e do adolescente é um tema a que nós ainda devemos muito.

Eu inclusive ouso afirmar que nós estamos vivendo o refluxo não na legitimidade social, mas num processo que vinha num crescente, Ver. Dib, de incorporação da sociedade dos direitos da criança e do adolescente, do conhecimento da Lei, do Estatuto, de dar conseqüência ao Estatuto, a inúmeras medidas que o Estatuto estabelece, responsabilidades que ele estabelece, desde famílias a instituições públicas, a iniciativas privadas, sim. Por que eu afirmo que sofremos um refluxo? Exatamente porque cresce a insegurança, a violência, e pela ausência do Estado Público, começa-se a se assustar e a imputar-se leis importantes, como o Estatuto, à impunidade aos infratores, aos criminosos.

Esses dias eu estava num debate sobre segurança; o responsável pela Segurança Pública chegou a afirmar: “Veja, se é menor de 18 anos, ele não comete crime”. Eu disse: “Sim, mas ele é responsabilizado igualmente, e se ele é pego em flagrante ou se ele é julgado, ele é confinado, não é, comandante? Ele disse: “É verdade, o jovem também é confinado”.

Então, na verdade, se tem distorcido a compreensão de que todo o menor de idade - para nós, o adolescente e jovem cidadão - pode fazer o que quer, pode matar, pode roubar, não tem penalidade prevista na Lei. Ao contrário, há penalidade, mas é uma penalidade que olha esse adolescente, esse ser humano como alguém em formação. Portanto, são penalidades que devem reconstruir vínculos, projetos de vida, inserção na sociedade.

É uma série de políticas que ainda sofrem muito de terem alternativas, como o Pense, que são políticas fundamentais para que esse jovem adolescente, que esteve internado e que tem uma pena alternativa, possa retornar à sua comunidade e ter lá um acompanhamento da escola, do Conselho Tutelar, um trabalho educativo para fazer, num espaço de trabalho vinculado à Educação, essa série de necessárias ações. Elas sofrem muito da discriminação social, da imputação de responsabilidade às novas leis - muito liberais -, leis que fazem grassar a impunidade; e nós precisamos é ter de volta, é continuar a construir políticas públicas que foram resultantes do Estatuto, como a instituição dos conselhos tutelares, como a instituição dos Conselhos Municipais de Crianças e Adolescentes, como a construção de uma série de políticas, como creches. Hoje eu digo que a legislação que considera a educação de zero a seis anos, a Educação Infantil, é resultado e andou junto com a construção do Estatuto da Criança.

Então, uma série de conquistas desses direitos está-se perdendo em função da insegurança, da distorção que se faz; em vez de atacar as causas da insegurança, se procura buscar como coibir o efeito da insegurança, que é a ausência do Estado Público.

Então, Verª Manuela, todas as iniciativas, como esta, aparentemente singela, são fundamentais; dar conhecimento do Estatuto é uma das situações fundamentais; lembrar que a criança tem o direito de ser tratada com carinho, de que nós, adultos, somos responsáveis pela sua integridade física, a todo o momento, é fundamental!

Eu quero aqui encerrar, lembrando Paulo Freire, quando ele tinha seus 20 a 29 anos, quando ele começou a construir - no processo de construção do que viria a ser o seu livro “A Pedagogia do Oprimido”, que virou um livro fundamental na transformação, na construção da educação popular -, ele fez uma pesquisa, no Nordeste, onde ele descobriu que numa região, em Pernambuco, a região do mar, era uma região onde, Ver. Ervino, nunca era usado de violência contra as crianças para corrigi-las, enquanto que no Interior do mesmo Estado, era brutal a violência com as crianças, e era cultural, era o jeito de fazer o homem forte, de corrigir, Ver. Nedel. E ele começou, lá nos anos 70, um trabalho de construir o direito da infância, de ser cuidada, de a violência não ser a forma de educar. E nós estamos muito longe de conseguir isso nas nossas famílias, e eu não digo só nas famílias pobres, mas também nas famílias ricas que substituiriam a palmada pelo doce, pelo prêmio e castigo. Então, nós precisamos construir, ainda, muito esse conceito do direito à infância, do direito à adolescência. E isso passa também por essas medidas, de repetir muitas vezes que a criança não é menor, que é sujeito de direitos, que nós, adultos, somos responsáveis pelo seu mundo ser um mundo mais feliz. Parabéns, Manuela, vamos aprovar esta lei.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 166/05, por transposição de tempo com o Ver. Claudio Sebenelo.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero, rapidamente, tecer algumas considerações acerca deste Projeto da Verª Manuela d’Ávila, pois humildemente ela vem a esta tribuna e diz que é uma pequena contribuição com a cidade de Porto Alegre na defesa dos direitos das crianças e adolescentes. Quero dizer, Verª Manuela, que não é tão pequena a sua contribuição, porque de fato nós, há 15 anos, estamos no Brasil estabelecendo um novo processo democrático, popular, na Constituição Federal e nesta legislação tão nova chamada Estatuto da Criança e do Adolescente, popularmente apelidado de ECA. Há apenas 15 anos nós estamos, como diz o Edson Seda, com novos hábitos, novos usos, novos costumes, em relação a uma legislação, em relação à infância e à juventude do nosso País. Isso significa dizer que a população - que o leigo, que o morador, que a dona-de-casa -, não conhece, não está ainda apropriada do que de fato significa direito. Por muitas vezes, nós operadores da área da infância, operadores da área de direitos, somos questionados: “Por que vocês falam tanto em direitos, por que não falam nos deveres?” E nós temos que lembrar que os deveres, Ver. Sebenelo, estão já gravados na Constituição Federal e, sobretudo, que os deveres dizem da responsabilidade de nós, adultos, em relação a uma infância que precisa ser preservada, que precisa ser cuidada, que precisa ser acolhida na sua peculiaridade da sua idade tenra.

É sobre isso que nós precisamos falar, e, quando se pensa um projeto em que se colocam os artigos gravados nos materiais da Prefeitura Municipal se faz um alerta, quando se trabalha, por exemplo, o que significa o art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente, que diz que é dever da família, é dever da sociedade, é dever do Governo - e Governo em todas as instâncias -, priorizar com absoluta primazia a infância no nosso País, significa dizer que a responsabilidade é de todos nós em relação à infância, mas, sobretudo, não é de todos nós para dizer que é de todos e não é de ninguém, mas, principalmente, para dizer que é dos adultos a responsabilidade de acolher, de cuidar, de proteger a nossa infância no nosso Município.

Então, quando a gente grava, singelamente, num papel ofício, num e-mail, numa publicidade do Município, nós vamos estar fazendo um alerta da responsabilidade que se tem com temas tão importantes, tão contundentes, como a questão da violência infantil, como a questão da exploração sexual de crianças e de adolescentes, um tema que fica em um silêncio na nossa Cidade e que de fato tem que aparecer, tem que vir à tona para que a gente possa proteger de fato as crianças. Quando se fala na questão do trabalho infantil, quando se acha que se está ajudando uma criança que está na sinaleira ao se abrir o vidro do carro e dar uma moeda, nós estamos reproduzindo o modelo de um sistema que faz com que aquela criança fique na rua, muitas vezes, sendo explorada por um adulto, que está ali manipulando aquela criança para que ganhe algum trocado para a sua sobrevivência.

Queremos tratar desses temas, e é disso que trata o Estatuto da Criança e do Adolescente, quando fala do adolescente infrator ao qual a Verª Sofia já fez menção aqui na sua fala, quando se fala da questão dos Conselhos de Direito que foram criados na nossa Cidade e em todo o nosso País, Conselho Tutelar, os fóruns de entidades, quando se organizam todas as organizações não-governamentais na Cidade, para que se constitua uma rede de atendimento, de proteção à infância. É isso que fala, Verª Manuela, a singeleza do seu Projeto, quando V. Exª grava e diz que tem que ser gravado nos materiais da Prefeitura, pequenos artigos do que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente; são gestos simples, mas é nas pequenas ações que a gente traz uma grande contribuição para a cidade de Porto Alegre, sobretudo quando a gente está, de fato, alertando e, muitas vezes, salvando a vida de pequenas crianças indefesas, muitas vezes violadas nos seus direitos por falta de comunicação, por falta de divulgação, por falta de alguém que esteja ali atento àquela violação de direito e possa estar fazendo a denúncia, possa estar colocando para o Conselho Tutelar, para a Delegacia da Infância, uma violação de direito, por vezes desconhecida pela população. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 166/05.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, às vezes um projeto de igual singeleza e proposta não mostra a grandiosidade do projeto e do talento do seu autor, da sua autora, no caso. Realmente, nós queremos que o seu Projeto se transforme num repto, numa denúncia, num S.O.S., num libelo, a favor da nossa criança. E quando nos reportamos à cidade de Porto Alegre, que tem um déficit constrangedor, vergonhoso na Educação Infantil, quando em todos os Governos nós discutimos aqui, Verª Mônica, a Segurança da Cidade, gostaria de registrar que, ao mesmo tempo em que nós clamamos por Segurança, nós criamos uma máquina infernal que fabrica marginais em caráter permanente, em proporções logarítmicas, em circunstâncias industriais, e, mais cedo ou mais tarde, essas pessoas serão os futuros moradores das FEBEMs e dos presídios.

Nós precisamos, desesperadamente, buscar meios de cumprir, pelo menos, o mínimo dos mínimos do chamado Estatuto da Criança e do Adolescente. A injustiça que nós fazemos com esse segmento etário de nossa população é mais constrangedora ainda quando nós vemos que mesmo no Estado do Rio Grande do Sul, que tem uma mortalidade infantil e um índice social indiscutível, uma mortalidade infantil que começa a se aproximar de níveis não ideais, mas próximos daquilo que é apregoado pela Organização Mundial de Saúde, sendo que o nível ótimo, no que se refere à mortalidade infantil, é de oito crianças por mil, e nós estamos aproximadamente com um índice de 14 a 15 crianças por mil.

Nós temos, então, na cidade de Porto Alegre, alguns procedimentos altamente negativos quanto às questões das nossas creches, das nossas crianças: os atrasos de pagamentos e, principalmente, a insignificância que é investida na pré-escola. Isso nos deixa muitas vezes nos perguntando: como é que homens públicos, como é que gerações e gerações de políticos, consentiram a que se chegasse a esse ponto?

E, por fim, nós deslocamos o foco da nossa discussão para a área da Segurança. E nós, que fabricamos essa quantidade de novos marginais anualmente, nós, que abandonamos as nossas crianças nas vilas, conseguimos, por outro lado, dizer que não temos Segurança. Nós não temos Segurança porque nós não fazemos prevenção, e a prevenção, Verª Manuela, indiscutivelmente está exatamente onde V. Exª quer agir: dentro de um inconsciente coletivo, administrativo, inclusive nas Prefeituras, para que haja uma saudável lavagem cerebral no sentido de que é preciso priorizar, definitivamente, recursos para essa área a que estamos nos referindo, e não mais para anúncios, não mais para propagandas, não mais verbas para outros tipos de investimento que muitas vezes significam até o sucesso material de uma Administração; ou seja, queremos um investimento fantástico na área da criança e, principalmente, que não falhe mais a mensalidade das nossas creches, pois se o que já existe é pequeno e falho, o que será daquilo em que nós falhamos todos os dias?

Essa é a finalidade do seu Projeto em que cem por cento desta Câmara votará a favor, isto é, pela dignidade e pela humanização das relações que o seu Projeto provoca. Meus parabéns.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregoamos a Emenda nº 11 e a Emenda nº 12 ao PLL nº 124/05 - a respeito do Estatuto da Juventude -, ambas de autoria do Ver. Marcio Bins Ely.

Em votação o PLL nº 166/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 4310/05 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 120/05, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que institui o Prêmio Sepé Tiaraju, Herói Guarani Missioneiro Rio-Grandense, que será concedido, anualmente, a lideranças destacadas do Município, e objeto de Resolução. Com Emenda n. 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 03-11-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 120/05. (Pausa.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Gostaria que V. Exª lesse a Emenda referente a esse Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): (Lê a Emenda nº 1 ao Projeto de Resolução nº 120/05.): “Os Artigos 1º e 4º do Projeto de Resolução nº 120/05, Processo nº 4.310/05, passam a vigorar com a seguinte redação: Fica instituído o Premio Sepé Tiaraju, Herói Guarani Missioneiro Rio-Grandense, a ser conferido anualmente a lideranças com atuação destacadas nos movimentos sociais e/ou ecológicos do Município. Concedido o Prêmio, será aberto registro especial em livro, no qual se farão constar detalhadamente as causas da homenagem”.

A Subemenda nº 1 à Emenda nº 1 diz (Lê.): “Artigo 1º - Fica suprimido do art. 1º do Projeto de Resolução nº 120/05, Processo nº 4.310/05, a expressão “... do Município”.

Está claro, Vereador?

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Está claro.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 120/05. (Pausa.) O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, sou lá da terra missioneira, lá de São Luiz Gonzaga, e nada mais próprio do que apoiar esse prêmio. No entanto, as últimas notícias da imprensa nos falam que a Câmara apresenta muitos projetos de homenagens, eu contestei dizendo que nós fizemos homenagens, mas também aprovamos outros projetos, e que esta Casa não só aprova leis, esta Casa articula, esta Casa fiscaliza, esta Casa dialoga com a sociedade e esse é o grande trabalho do Vereador nas suas quatro funções: institucional, legisladora, fiscalizadora e julgadora. No entanto, eu fui pesquisar, através da nossa Diretoria Legislativa e na Biblioteca, e eu gostaria que os Vereadores adivinhassem a quantidade de prêmios e títulos que temos nesta Casa. (Pausa.) Certamente ninguém vai adivinhar. Ver. João Antonio Dib, V. Exª sabe que esta Casa tem 63 títulos e homenagens? Meia três! É demais! Nós temos de fazer uma revisão nessas homenagens, nesses títulos, nesses prêmios. Meia três, são quase dois títulos por Vereador. Então nós temos de fazer uma mea-culpa, uma revisão.

Hoje, a Verª Maristela Maffei propõe mais um título - justo - a um herói missioneiro, um herói rio-grandense, sim, nada mais justo o mérito, mas eu acho que nós temos de ter algum cuidado; são 63 títulos, e se aprovado este, serão 64. É muito título, é muita homenagem e, portanto, Vereadora, com todo o respeito, com todo o mérito que V. Exª teve ao apresentar este título, não serei favorável à aprovação de mais um título. E ao contrário, Sr. Presidente, gostaria que se fizesse uma revisão acurada nos inúmeros títulos, prêmios e homenagem que esta Casa tem. Eu acho que está na hora de nós fazermos uma mea-culpa e objetivamente cuidarmos dos elevados interesses da sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PR nº 120/05.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não sou o joãozinho do passo certo, mas, no entanto, como eu dei Parecer favorável e inclusive o Presidente leu, eu gostaria de ler o Parecer que dei, como Relator da CEFOR (Lê): “[...] Mais um Prêmio? Sem dúvida há excesso de prêmios na Câmara Municipal, desvalorizando-lhes a importância a cada nova instituição. Tenho dúvida, entretanto, se a iniciativa seria de Vereador, e não da Mesa Diretora, pois há despesas para a outorga aos premiados. No entanto, a Procuradoria Geral e a Comissão de Constituição e Justiça informam que não existem óbices legais”.

E como eu não sou o joãozinho do passo certo, eu tenho as minhas convicções, acho que há prêmios em excesso; prêmios iguais, com nomes diferentes para as mesmas finalidades. Então, o meu Parecer foi pela aprovação e foi assinado por todos os integrantes da CEFOR, sem que houvesse restrições. Portanto, não sendo o joãozinho do passo certo, eu vou votar favoravelmente ao Projeto da Verª Maristela Maffei, perguntando: não há excesso de prêmio nesta Casa? Claro que há. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PR nº 120/05.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, gostaríamos de solicitar a postergação da votação desse Projeto, até porque nós iniciamos um debate na Bancada, Verª Maristela - com todo o respeito, é muito recente e acho que nós temos que nos penitenciar com V. Exª de não termos lhe comunicado com a antecedência devida -, em que nós começamos a fazer uma revisão sobre a questão dos títulos. A questão da homenagem a Sepé Tiaraju é indiscutível, o nosso drama, a nossa preocupação na Bancada tem sido o número exacerbado de prêmios desta Casa.

A Verª Sofia e eu estamos elaborando um Projeto de Lei para revogar um dos títulos que nós consideramos que está sendo dado de forma completamente indevida aqui na Câmara. Nós vamos apresentá-lo nos próximos dias, porque nós achamos que está sendo feito um trabalho sem o devido cuidado para os títulos, como o Ver. João Antonio Dib há pouco colocou, títulos que, na verdade, se sobrepõem. Mesmo o nosso título mais importante, que é o de Cidadão Honorário ou de Cidadão Emérito, tem um nível de banalização, porque, como o nome diz, é um título honorífico e todo mundo sabe que a palavra honorífico vem de honra, de honradez, não que essas pessoas não o tenham, mas tem um caráter de nobreza, de distinção, e as palavras em português são assim, como em qualquer outra língua, elas têm significados e nós não podemos fugir da sua semântica.

Por isso que nós queríamos ponderar com a Vereadora, para que nós pudéssemos postergar a votação, até para que a gente pudesse fazer uma apreciação melhor e nós pudéssemos discutir até com dois colegas nossos que hoje estão em representação.

Então, a nossa Bancada vai trabalhar no sentido de diminuir o número de títulos, de valorizar os títulos que são dados e, dessa maneira, a gente poder dar uma continuidade ao que sempre foi o nosso trabalho aqui. Não se trata, portanto, de oposição ao mérito que tem Sepé Tiaraju na história do Rio Grande do Sul, e muito menos da colega Verª Maristela Maffei, que nós respeitamos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PR nº 120/05.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu concordo que esta Casa tem títulos demais, tem homenagens demais, inclusive muitos são semelhantes ao excesso, ao exagero, agora, também eu não posso deixar de dizer que eu ainda pertencia à Bancada do Partido dos Trabalhadores, e nós discutimos com o Frei Sérgio Goergen, na Assembléia Legislativa, quando do lançamento do livro do Sepé, o nosso Prefeito missioneiro, um índio; aliás, Verª Sofia Cavedon, exatamente durante a administração dele é que as mulheres votavam e exerciam uma democracia plena numa sociedade com um aspecto profundamente socializante.

Também quero dizer que, quando nós somos eleitos, nós representamos uma parte e, como parte de uma sociedade onde todos nós somos inseridos, não somos neutros, e lutamos pelas convicções em que nós acreditamos, os aspectos ideológicos; acho isso muito importante para a cristalização da democracia e das instituições. Portanto, eu não tenho problema nenhum de encaminhar requerimento ao Sr. Presidente para que, de fato, nós possamos adiar por duas Sessões esta votação. Mas eu confesso que quero sensibilizar as Bancadas.

 

O Sr. Ibsen Pinheiro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maristela Maffei, eu quero cumprimentar V. Exª pela iniciativa, porque a lembrança de Sepé Tiaraju tem um significado excepcional no processo de colonização do nosso País, a disputa entre Espanha e Portugal, e aquele caminho que ele representou, o caminho autóctone, o caminho da soberania. Então, é uma lembrança muito meritória de V. Exª. Eu não tenho clareza se há excesso de prêmios nesta Casa, não. Talvez haja carência de deliberação, o que é outra coisa. Podemos aprovar todos os prêmios, conceder todas as honrarias, aprovar todos os nomes de rua, porque essas matérias todas têm relevância. O lamentável é se isto ocorre em favor da deliberação, e acho que isto, sim, nos deve preocupar. Eu, hoje, pela manhã, soube que se fez um acordo muito produtivo para votação de uma grande quantidade de matérias, trazendo a Ordem do Dia para o meio da tarde. Acho que este esforço, sim, vale a pena. Se nós tivermos Ordem do Dia, todos os dias, no meio da tarde, não há número de prêmios ou de honrarias que possam perturbar as deliberações desta Casa. Mantenha a sua proposta que ela vai ter o apoio de todos nós. Estou convencido disso, nobre Vereadora.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Eu agradeço, Ver. Ibsen, por sua manifestação e, inclusive, pelo mérito, acho que fica mais esclarecido aos nobres Pares. Nós não podemos jogar questões meritosas na vala comum. Isso sim é desqualificar um Projeto que diz respeito ao nosso Estado do Rio Grande do Sul, bem como à comunhão com os jesuítas que se estabeleceu na história do povo gaúcho.

De qualquer forma, como todos nós trabalhamos pela via democrática e queremos ouvir a todos - e acredito que o Projeto vai ser aprovado por unanimidade -, quero somar-me àqueles que estão preocupados em fazer o enxugamento dos excessos.

 

O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre colega, Verª Maristela Maffei, a minha solidariedade, uma, por ser missioneiro, e se chegarmos à conclusão que tem muitos Projetos, que este seja estudado junto com os demais. Parabéns pela homenagem ao nosso Sepé Tiaraju.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Eu agradeço pela solidariedade de todos os Vereadores, e quero colocar-me à disposição para que possamos adiar a discussão por essas duas Sessões e voltarmos a este Plenário para aprovar o Projeto por unanimidade, porque é um Projeto muito sério, que foi constituído com muito carinho, com muita seriedade, com o olhar de quem, de fato, acha que esta Casa merece este Prêmio. Então, estou encaminhando o pedido de adiamento por duas Sessões, para que depois possamos conversar com todos os nobres Pares e aprovarmos o Projeto por unanimidade.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Maristela Maffei, que solicita o adiamento da discussão do PR nº 120/05 por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregôo as Emendas nº 13 e nº 14 ao PLL nº 124/05, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que institui o Estatuto da Juventude e dá outras providências.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2480/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 022/05, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que determina o cancelamento da licença para localização e funcionamento e do respectivo alvará do estabelecimento que adquirir, distribuir, transportar, estocar ou revender derivados de petróleo, gás natural e suas frações recuperadas, álcool etílico hidratado carburante e demais combustíveis líquidos carburantes em desconformidade com as especificações estabelecidas pelo órgão regulador competente.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CEFOR. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM.

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 03-11-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLCL nº 022/05. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e colegas Vereadores e Vereadoras, eu havia discutido com o Ver. Alceu Brasinha este Projeto desde o momento em que o Vereador começou a sua elaboração, até porque eu achava importante que fosse tratada a questão da efetiva suspensão do alvará. Eu explicava ao Ver. Brasinha as dificuldades que tivemos, em muitos momentos, de fazer o enfrentamento com os ilícitos da Cidade, porque, pela atual legislação, estamos vendo que num primeiro momento se notifica o estabelecimento, que tem 15 dias para recorrer; e caso ele tenha feito o Recurso, deve ser dado um parecer sobre o Recurso e pedir-se à fiscalização para voltar a esse local. Nisso, perdeu-se, no mínimo, 30 dias, fazendo um esforço, como a gente vinha fazendo na Secretaria. Caso não seja aceito o Recurso, volta ao estabelecimento e dá a primeira autuação, a primeira multa; ele tem mais 15 dias para fazer o Recurso da multa, e se perdem mais 30 dias. Tem que ser aplicada uma segunda multa, e vão-se aí 90 dias; ele faz um Recurso, é feita a interdição, e leva mais 30 dias. São 120 dias, ele tem mais 15 dias para recorrer, e aí se consegue fechar definitivamente. Ou seja, na melhor das hipóteses, já se perdeu um tempo precioso de cinco meses, por baixo, e, na regra geral, seis meses, porque o serviço público tem algumas debilidades.

Neste caso, comprovada a adulteração do combustível - e diga-se de passagem, Ver. Brasinha, este é um problema que grassa pelo Rio Grande do Sul, até porque a alíquota que nós pagamos é superior a de Santa Catarina. Tem-se absurdos - eu vi isso neste final de semana: em Nonoai há um preço da gasolina, e quando se passa o rio Uruguai, no posto de Goio-En, em Chapecó, o combustível está, no mínimo, 30 centavos, 25 centavos mais barato. Lá a alíquota do ICMS é menor! Mas há problemas também se formos consultar, hoje, o site da ANP - Agencia Nacional de Petróleo -, os senhores e as senhoras poderão verificar o que há de trambicagem aqui no Rio Grande do Sul.

E aí eu fico impressionado, Ver. Brasinha, V. Exª faz todo esse esforço para valer o poder de polícia administrativa da Prefeitura - que a maioria das prefeituras inclusive desconhece - só que o Tesouro do Estado, a sua Secretaria da Fazenda, não faz a sua parte, porque ela poderia também, por exemplo, trabalhar em cima da sonegação de ICMS, fechando esses postos. Aqui em Porto Alegre, dias atrás foi feito um trabalho - pelo Édson Silva, que está trabalhando na ANP -, e foram fechados dois postos de combustível numa fiscalização. Isso foi o que melhorou significativamente em Porto Alegre! Mas nós não precisamos ir longe: em Novo Hamburgo é usual fazer “trampa” na venda de combustível. E não é só nesse Município, no mês de julho, por exemplo, eu peguei os dados que apareciam na imprensa sobre a cidade de Vacaria, onde havia quatro postos de combustível que não conseguiam apresentar nota fiscal comprovando a compra do combustível.

Portanto, este é um negócio muito sério, importante e sobre o qual temos que fazer este enfrentamento.

Ver. Brasinha, na luta contra as ilegalidades, na luta contra todos os tipos de ilícitos, como a pirataria, o contrabando, a falsificação, a receptação, a questão da adulteração do combustível - eu coloco no nível do roubo e da receptação. Eu acho que é danoso e tem mais alguns inconvenientes. Eu quero lembrar a V. Exª, pois talvez eu não lhe tenha falado, mas vou dizer aqui, contra uma rede de supermercados em Manaus - não lembro o nome porque é uma rede local -, há um processo, porque fizeram um posto de combustível junto ao mercado; há um processo em São Paulo, no Carrefour na zona Norte, que teve de fechar o seu posto de combustível, porque também é uma forma de ilegalidade, não porque tenha adulterado. Não estou falando disso, mas que é um ilícito é, e nós temos que voltar a discutir essa questão dos dois postos de combustíveis da rede Carrefour em Porto Alegre. O que está errado, está errado! É uma afronta, é uma concorrência ilícita e nós não vamos nos calar, porque eu já coloquei aqui na porta do meu escritório um artigo que eu fiz quando nós aprovamos aqui uma Moção de Repúdio à receptação de produtos roubados pelo Carrefour. Se alguém tem dúvida e acha que eu estou fazendo barulho aqui, entre no site www.google.com.br e procure as falcatruas do Carrefour e lá está tudo.

Portanto, não sou eu que digo; são as decisões judiciais. Eu sei que quando se fala mal do Carrefour aqui, tem gente que fica incomodada. Mas eu acho que o Carrefour faz mal mesmo.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLCL nº 022/05.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho à tribuna para defender um Projeto de minha autoria, de não permitir que os comerciantes tenham um mal-comportamento. O empresário que tem um mal-comportamento não pode estar no meio da sociedade, no meio de nós, porque pagamos muitos impostos. A gasolina deveria ter um custo de centavos, mas, em alguns lugares já está custando mais de três reais o litro.

Eu gostaria de pedir o apoio das Sras. Vereadoras e dos Srs. Vereadores para aprovarem este Projeto, porque o mau empresário, o mau comerciante não pode estar na sociedade, por quê? A gasolina já tem um custo alto, e fora isso, logo ali na frente, está danificando o seu patrimônio - o carro -, que vai ficar mais caro.

Srs. Vereadores, quero contar com o apoio de V. Exas. para aprovar este Projeto e dizer também ao Ver. Adeli que eu também não gosto do Carrefour, não gosto também do Big, porque realmente as grandes empresas só quebram as pequenas empresas. E estou ali na frente do Carrefour, e ele quase está me quebrando, e assim mesmo a gente tem que sobreviver, mas eles continuam massacrando o pequeno comerciante.

Srs. Vereadores, vocês podem ter certeza absoluta de que este Projeto vem somar para a Cidade e para a comunidade. Obrigado, Srs. Vereadores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a discussão. Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, o PLCL nº 022/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM.

 

O SR. MARIO FRAGA: Este Vereador está negociando com o Ver. Márcio Bins Ely, a respeito do Projeto do Estatuto da Juventude da Verª Manuela d’Ávila, e houve um consenso, o Ver. Márcio Bins Ely vai solicitar, por escrito, um Requerimento para o adiamento por duas Sessões do PLL nº 124/05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Mesa recebe o Requerimento de adiamento da discussão do PLL nº 124/05 por duas Sessões.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que solicita o adiamento da discussão do PLL nº 124/05 por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Portanto, cumprido o combinado, estamos encerrando a presente Sessão, agradecendo aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras, bem como as pessoas que acompanharam a presente Sessão, e os telespectadores que nos honraram com a sua audiência.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h58min.)

 

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